Comentando retirada da Áustria, Assembleia Geral diz esperar “conferência forte” sobre pacto para migração
Presidente do órgão lembra benefícios do movimento de pessoas para várias sociedades e países; segundo agências de notícias, governo austríaco anunciou que não assinará compromisso internacional devido a questões de soberania.
A presidente da Assembleia Geral, María Fernanda Espinosa, disse que tomou conhecimento de que a Áustria não pretende assinar o Pacto Global para Migração Segura, Ordenada e Regular, “apesar de apoiar várias provisões” desse compromisso.
Falando a jornalistas, em Nova Iorque, a porta-voz da presidente do órgão, Monica Grayley, afirmou que Espinosa espera uma “forte conferência” em Marrakech, no Marrocos. A expectativa é que os países adotem o processo no evento marcado para dezembro.
Importância
De acordo com a porta-voz, Espinosa considera que a migração é por natureza um desafio multilateral que requer uma ação global, daí a importância da conferência. Ela acrescentou que o Pacto Global “precisa de uma ação coletiva para abordar uma questão que, no fim de contas, pertence a todos”.
Para Espinosa, também deve ser lembrado “que a história da humanidade e das sociedades é uma história de pessoas em movimento e da migração”.
A presidente destaca ainda que “muitas sociedades e países têm sido beneficiadas pela migração. Ela destacou que aborda o tema com vários representantes de Estados-membros da ONU desde que tomou posse em setembro.
Soberania
Na quarta-feira, agências de notícias informaram que o governo austríaco disse que não assinará o compromisso por causa de preocupações com sua soberania.
A revelação foi feita pelo chanceler austríaco Sebastian Kurz, que assumiu o cargo em dezembro passado. A Áustria exerce atualmente a presidência rotativa da União Europeia.
As Nações Unidas apoiaram as negociações do Pacto Global para Migração Segura, Ordeira e Regular e lideram a preparação do evento, que deve adotar o documento que não é juridicamente vinculativo.