Conselho de Segurança preocupado com possível expansão do ebola da RD Congo para a região

Estados-membros aprovaram por unanimidade resolução sobre epidemia no país africano; documento revela apreensão com Uganda, Ruanda, Sudão do Sul e Burundi; último surto já provocou 247 infetados e 159 mortos em território congolês.
O Conselho de Segurança aprovou, por unanimidade, uma resolução reconhecendo o perigo de saúde regional do vírus de ebola na República Democrática do Congo, RD Congo.
A resolução foi apresentada pela Suécia esta terça-feira, em Nova Iorque, com todos os 15 Estados-membros como coautores.
Falando aos jornalistas, o embaixador da Suécia junto da ONU, Carl Skau, disse que são necessários mais esforços para combater a epidemia e pediu apoio para trabalhadores humanitários, governos e a missão da ONU no país, Monusco.
No texto da resolução, os 15 Estados-membros revelam grande preocupação, agradecem os esforços dos trabalhadores humanitários e destacam o trabalho da Missão no apoio ao governo, à Organização Mundial da Saúde, OMS, e a outros parceiros.
Lembrando um alerta da OMS, o Conselho manifesta muita preocupação com a possibilidade do vírus se espalhar para os vizinhos Uganda, Ruanda, Sudão do Sul e Burundi. O pedido feito aos governos desses países é que continuem os esforços de preparação.
O Conselho expressa indignação e condena “nos termos mais fortes” os ataques que resultaram na morte de dois trabalhadores humanitários que combatem o vírus.
O TEXTO também menciona a resolução 2286, aprovada em 2016, que pede a todas as partes a garantia de acesso completo, seguro e imediato de todo o pessoal médico aos pacientes.
Os Estados-membros lembram que “a resposta a epidemias de doenças altamente contagiosas requer ação urgente e maior colaboração nacional, regional e internacional.”
O documento saúda os países e as organizações internacionais que deram ajuda financeira, apoio técnico e outras doações, permitindo aumentar os esforços de resposta e interromper a transmissão do vírus.
O Conselho agradece aos “parceiros do setor público e privado que permitiram o desenvolvimento acelerado de tratamentos, vacinas e diagnósticos para tratar pacientes e evitar novas infeções.”
A resolução explica que homens e mulheres são afetados de forma diferente pela epidemia e afirma que é necessária uma resposta sensível às questões de gênero.
Por fim, o documento avisa que a resposta continua com problemas de financiamento e pede que todas as partes do sistema das Nações Unidas acelerem a sua resposta.
Na sexta-feira, a OMS disse que 27 novos casos de ebola foram detectados desde a passada quarta-feira na cidade de Beni.
Desde agosto, o décimo surto que ocorre no país provocou 247 infetados e 159 mortos na área do leste congolês.