RD Congo: Unicef precisa de US$ 3 milhões para ajudar crianças regressadas de Angola

Agência da ONU quer instalar água potável e pontos de lavagem das mãos, distribuir mosquiteiros para prevenir malária e combater casos de subnutrição; pelo menos 80 mil menores de idade retornaram ao seu país nas últimas semanas.
O Fundo das Nações Unidas para Infância, Unicef, precisa de US$ 3 milhões para ajudar crianças da República Democrática do Congo, RD Congo, regressadas de Angola.
Em nota publicada esta terça-feira, a agência da ONU diz que pelo menos 80 mil meninos e meninas voltaram ao seu país nas últimas semanas.
Segundo a ONU, mais de 300 mil cidadãos congoleses regressaram de Angola desde 1 de outubro. Os parceiros humanitários estão preocupados com esta nova crise em um país que já lida com vários conflitos.
O representante do Unicef na RD Congo, Gianfranco Rotigliano, disse que "milhares de crianças caminham longas distâncias, expostas a condições climáticas adversas, fome, insegurança e risco de violência."
Segundo ele, estes menores de idade "têm acesso limitado a água potável e assistência médica, e são privados da educação.”
Rotigliano afirmou que o Unicef está muito preocupado com a situação destas crianças e de suas famílias.
O retorno é dificultado com o aumento do preço dos alimentos básicos, que disparou em algumas áreas, criando maiores riscos de subnutrição.
A chegada dos retornados nas últimas semanas ocorreu sobretudo na província de Kassai. Algumas crianças e famílias também regressaram às províncias vizinhas, incluindo Kassai Central e Kwango.
Segundo o Unicef, nos vários pontos fronteiriços com Angola os serviços de migração estão sobrecarregados devido ao grande número de pessoas, muitas das quais permanecem concentradas em pequenas cidades fronteiriças.
A agência da ONU e os seus parceiros avaliaram as necessidades humanitárias em Kamako, na província de Kassai, onde se encontra a maioria dos retornados.
O dinheiro pedido irá financiar a resposta imediata nas próximas semanas.
A agência quer instalar água potável, pontos de lavagem das mãos e abrigos de emergência em 27 locais. Outras ações incluem prevenir a malária através da distribuição de 227 mil mosquiteiros, gerir casos de subnutrição aguda grave em crianças menores de cinco anos.
A agência também quer realizar vacinação preventiva contra o sarampo em crianças de seis a 59 meses, criar espaços de aprendizagem para crianças em idade escolar e identificar e reunir crianças desacompanhadas.
A médio prazo, serão necessários outros US$ 6 milhões para apoiar o reassentamento destas populações em suas áreas de origem ou de acolhimento.