Síria: Chefe humanitário da ONU pede acesso a zonas controladas pelo governo
Mark Lowcock informa que nos primeiros sete meses do ano quase 5,5 milhões de pessoas foram ajudadas; operações transfronteiriças são muito importantes; comboio humanitário impedido de circular no fim de semana passado.
O subsecretário-geral para os Assuntos Humanitários, Mark Lowcock, declarou, esta segunda-feira, no Conselho de Segurança, que é necessário que a ONU tenha acesso a áreas que recentemente ficaram sob o controle do governo.
Lowcock diz que já discutiu o tema com as autoridades sírias, que deixaram claro que “as áreas sob seu controle devem agora ser alcançadas de maneira abrangente e regular a partir de Damasco.”
Assistência
De acordo com o subsecretário-geral da ONU, nos primeiros sete meses do ano, uma média de 5,5 milhões de pessoas foram assistidas em todo o país. Em setembro, quase 2,5 milhões de pessoas foram atendidas com ajuda alimentar em Damasco.
O representante informou que a operação transfronteiriça das Nações Unidas com a Turquia “ajuda centenas milhares de pessoas necessitadas” todos os meses. Ele explicou que “a assistência pretende conter uma escalada militar, bem como fornecer apoio” durante o período do inverno.
Quase mil camiões entregam lonas de plástico, roupas de inverno e botas, aquecedores e fogões. Suprimentos críticos que também continuam a ser entregues no nordeste da Síria, através da passagem da fronteira al-Yarubiyah do Iraque.
Dificuldades
Ao Conselho de Segurança, Lowcock pediu a renovação da resolução para a ajuda humanitária à Síria por mais 12 meses.
Na sua comunicação, o representante informou o Conselho sobre algumas dificuldades que ainda se sentem no apoio à população síria em Rukban, na fronteira entre Síria e Jordânia.
Este fim de semana estava planeado um comboio humanitário mas “relatos de insegurança ao longo da rota obrigaram a adiar o comboio. A população da cidade fronteirça de Rukban não recebe assistência desde janeiro deste ano e está cada vez mais desesperada.”
Lowcock garante que “há relatos contínuos de crianças a morrer devido a más condições sanitárias e falta de cuidados de saúde.”
Financiamento
O subsecretário-geral apelou a todos os interessados que tomem “as medidas necessárias para garantir a segurança do pessoal humanitário e do comboio.” Lowcock terminou a sua comunicação pedindo “financiamento contínuo e mais generoso” para o atual Plano de Resposta Humanitária. Segundo ele, apesar das generosas contribuições feitas até agora pelos Estados-membros, este ano, foram garantidos menos de metade dos fundos necessários para a assistência humanitária.