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OMS confirma 27 novos casos de ebola em dois dias na Republica Democrática do Congo

Vacinação em Mbandaka, na República Democrática do Congo, durante o último surto de ebola.
OMS/Lindsay Mackenzie
Vacinação em Mbandaka, na República Democrática do Congo, durante o último surto de ebola.

OMS confirma 27 novos casos de ebola em dois dias na Republica Democrática do Congo

Saúde

Desafios da agência no país incluem investigação eficaz do surto em Beni; agência da ONU fala de transmissão intensa em comunidades da área oriental; ações de resposta prejudicadas pela insegurança com a ação de rebeldes e Forças Armadas.

A Organização Mundial da Saúde, OMS, informou esta sexta-feira que 27 novos casos de ebola foram detectados desde a passada quarta-feira em  Beni na República Democrática do Congo, RD Congo.

Desde agosto, o décimo surto que ocorre no país provocou 247 infetados e 159 mortos na área do leste.

Desafios

A apresentação de dados sobre a doença entre o início da doença e sua notificação enfrenta frequentes atrasos. Os desafios incluem uma investigação eficaz dos casos.

A nota da OMS indica haver risco muito alto do surto chegar a outras províncias congolesas e países vizinhos devido à persistente transmissão em comunidades no Kivu do Norte.

Um dos desafios atuais é garantir uma preparação e atividades operacionais para detectar, investigar e responder rapidamente a uma eventual exportação do vírus.

Ao longo da semana passada, a agência teve alertas da Mauritânia, do Sudão do Sul, do Sudão, do Uganda e da Tanzânia. 

Pacientes

Um dos pacientes da RD Congo foi detectado na área de  Mandima, o epicentro do surto,  e outros três na aldeia de Butembo. Oito pessoas tiveram ligação com pessoas doentes e 17 continuam sendo investigadas.

Um agente de saúde de um posto de saúde comunitário em Beni está entre as pessoas infectadas recentemente pelo surto, que já contaminou 21 profissionais do setor.

A agência destaca que na semana passada ocorreram incidentes de segurança com a ação de rebeldes e de Forças Armadas congolesas. Vários civis morreram e veículos foram apedrejados nesses incidentes, que para a agência criam distúrbios e impedem uma resposta eficaz para conter o vírus no país.

A OMS destaca que ocorre uma transmissão intensa em comunidades da cidade de Beni. Com essa situação, a agência, o Ministério da Saúde e seus parceiros dizem não ter planos de reduzir a resposta como parte dos esforços para conter a transmissão do vírus.