Perspectiva Global Reportagens Humanas

Ataques no Iêmen causam morte de pelo menos 24 civis

O Iêmen é a pior crise humanitária do mundo, com 22 milhões de pessoas, 75% da população
© Unicef
O Iêmen é a pior crise humanitária do mundo, com 22 milhões de pessoas, 75% da população

Ataques no Iêmen causam morte de pelo menos 24 civis

Paz e segurança

Violência na cidade portuária de Hodeida causa mortes entre os moradores e força milhares de pessoas a abandonar suas casas; crise humanitária piorou, com 14 milhões de pessoas em risco de fome.

Dois ataques na cidade de Hodeida, no Iêmen, causaram a morte de pelo menos 24 pessoas e 16 feridos esta semana, informou a coordenadora humanitária da ONU no país, Lise Grande. 

Em nota publicada esta sexta-feira, a representante disse que “os civis estão a pagar um preço chocante por causa deste conflito.”

Ataques  

Um dos ataques aconteceu na quarta-feira numa empresa de processamento de vegetais, matando pelo menos 21 pessoas e ferindo outras 10. No mesmo dia, um ataque aéreo atingiu um conjunto de veículos, matando três pessoas e ferindo seis.

Lise Grande disse que, desde o aumento dos conflitos na cidade em junho, pelo menos 170 moradores foram mortos. Pelo menos 1,7 mil pessoas ficaram feridas e mais de 570 mil foram obrigadas a deixar a cidade.

Violações

Desde maio, a ONU e os seus parceiros registraram mais de 5 mil violações da lei humanitária internacional, incluindo mortes de civis, danos em hospitais e em sistemas de água, eletricidade, mercados, estradas e pontes.

Grande lembrou que o “Iêmen está enfrentando a maior fome de que há memória recente.” Segundo ela, “não há tempo a perder, tudo tem de ser feito para salvar os 14 milhões de pessoas que estão em risco de fome.”

Para Grande, “o primeiro passo, e o mais importante, é parar os combates.”

Ataques no Iêmen causam morte de pelo menos 24 civis

Deslocados

Para responder à crise, a Agência das Nações Unidas para os Refugiados, Acnur, aumentou o seu trabalho no país. Neste momento, cerca de 150 mil iemenitas recebem ajuda. 

Falando a jornalistas em Genebra, o porta-voz da agência, Andrej Mahecic, disse que esta assistência chega “às famílias mais vulneráveis, ajudando-as a responder às suas necessidades urgentes.”

As famílias escolhidas recebem dinheiro para cobrir necessidades imediatas de proteção, saúde ou alojamento.

Este ano, o Acnur distribuiu quase US$ 33 milhões em assistência financeira. O objetivo é distribuir um total de US$ 41 milhões até ao final do ano.

No total, 700 mil deslocados internos, retornados e comunidades afetadas por conflitos serão beneficiados. Cerca de 130 mil refugiados e candidatos a asilo também serão ajudados.

Mais de dois terços dos 2,7 milhões de deslocados internos do Iêmen estão nesta situação há mais de dois anos.

Crise

O Iêmen é a pior crise humanitária do mundo, com 22 milhões de pessoas, 75% da população, a precisar de alguma forma de assistência e proteção humanitária.

Desde 2016, estima-se que mais de 65 mil iemenitas foram mortos ou feridos no conflito. A ONU documentou 16 mil mortes de civis.

A ONU e parceiros pedem US$ 3 bilhões através do Plano de Resposta Humanitária deste ano. Até o momento, US $ 2,06 bilhões, 70% dos recursos necessários, foram recebidos.