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OMS promove novo compromisso global de cuidados de saúde primários para todos

OMS alerta que pelo menos metade da população mundial não tem acesso a serviços essenciais de saúde.
Ocha/Eve Sabbagh
OMS alerta que pelo menos metade da população mundial não tem acesso a serviços essenciais de saúde.

OMS promove novo compromisso global de cuidados de saúde primários para todos

Saúde

Conferência em Astana, Cazaquistão, junta países para melhorar acesso; prestação de serviços de saúde básicos ainda ainda é muito desigual; declaração conjunta estabelece obrigações para alcançar estilos de vida mais saudáveis.

Todos os Estados-membros da Organização Mundial de Saúde, OMS, adotaram a Declaração de Astana, prometendo fortalecer os seus sistemas de cuidados de saúde primários como um passo essencial para a cobertura universal de saúde.

Este documento reafirma a histórica Declaração de Alma-Ata de 1978, a primeira em que os líderes mundiais se comprometeram com a atenção primária à saúde.

Maior compromisso

Para o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, é necessário continuar a trabalhar porque saúde ainda só está ao alcance de alguns e, por isso, todos têm “a responsabilidade solene de garantir que a declaração sobre cuidados primários de saúde permita que todas as pessoas, em todos os lugares, exerçam seu direito fundamental à saúde."

Embora a Declaração de Alma-Ata de 1978 tenha estabelecido uma base para os cuidados primários de saúde, a OMS alerta que o progresso nas últimas quatro décadas tem sido desigual.

Pelo menos metade da população mundial não tem acesso a serviços essenciais de saúde incluindo cuidados em doenças não transmissíveis e transmissíveis, saúde maternoinfantil, saúde mental e saúde sexual e reprodutiva.

Saúde infantil

Conferência Global decorre em Astana, no Cazaquistão até 26 de outubro.
Conferência Global decorre em Astana, no Cazaquistão até 26 de outubro. , by Foto Banco Mundial/ Shynar Jetpissova

A diretora executiva do Fundo das Nações Unidas para Infância, Unicef, reconhece que o mundo seja hoje um lugar mais saudável para as crianças. Henrieta Fore lembra que “perto de 6 milhões de crianças morrem todos os anos antes do quinto aniversário, principalmente por causas evitáveis, e mais de 150 milhões são raquíticas.”

Com esta declaração, a responsável acredita que a comunidade global pode mudar esta realidade “trazendo serviços de saúde de qualidade para perto daqueles que precisam deles. É disso que trata a atenção primária à saúde”.

A Declaração de Astana surge numa altura em que um crescente movimento global exige um maior investimento na atenção primária à saúde para alcançar a cobertura universal de saúde.

Para o ministro da saúde da República do Cazaquistão, Yelzhan Birtanov,  a adoção da Declaração em Astana “estabelecerá novas direções para o desenvolvimento da atenção primária à saúde como uma base nos sistemas de saúde." O país acolhe a conferência global até esta sexta-feira.

Trabalho conjunto

A nova declaração, acordada numa conferência promovida pela OMS, pelo Unicef e pelo Governo do Cazaquistão, define as obrigações de países, pessoas, comunidades, sistemas de saúde e parceiros para alcançar estilos de vida mais saudáveis através de cuidados de saúde primários sustentáveis.

O Unicef e a OMS ajudarão os governos e a sociedade civil a agir de acordo com a Declaração de Astana e incentivá-los a apoiar o movimento. As agências da ONU também apoiarão os países na revisão da implementação desta declaração, em cooperação com outros parceiros.