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OIM: 46% dos migrantes e refugiados entram na Europa através de Espanha

O mar Mediterrâneo continua a ser uma passagem fatal para os migrantes, apesar da queda acentuada do tráfego.
Foto Guarda Costeira de Itália/ Massimo Sestini
O mar Mediterrâneo continua a ser uma passagem fatal para os migrantes, apesar da queda acentuada do tráfego.

OIM: 46% dos migrantes e refugiados entram na Europa através de Espanha

Migrantes e refugiados

Cerca de 95 mil atravessaram o Mediterrâneo desde 1 de janeiro de 2018; mais de 1,8 mil pessoas perderam a vida na travessia; 27% das são crianças.

A Organização Internacional para a Migração, OIM, informou que 94.676 migrantes e refugiados entraram na Europa por via marítima desde 1 de janeiro de 2018. Perto de metade destas entradas aconteceram através de território espanhol.

A OIM estima que Espanha já tenha recebido mais migrantes do que nos anos de 2015, 2016 e 2017 nesse período. Já os acessos através de Itália caíram 85% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Mortes

Segundo a OIN, os acessos de migrantes à Europa através de Itália caíram 85% em 2018.
Segundo a OIM, os acessos de migrantes à Europa através de Itália caíram 85% em 2018.
Foto Acnur/Giuseppe Carotenuto

O mar Mediterrâneo continua a ser uma passagem fatal para os migrantes, apesar da queda acentuada do tráfego. O Projeto de Migrantes Desaparecidos, PMD, da OIM, documentou até 21 de outubro a morte de 1.857 migrantes. Mais de dois terços das mortes tiveram lugar nas águas entre o norte de África e a ilha Sicília.

Mais recentemente, no Mediterrâneo Ocidental, o corpo de uma mulher foi encontrado numa praia a 40 km a oeste de Nador, em Marrocos, a 20 de outubro.

 Na segunda-feira, um trágico naufrágio no mar Egeu custou a vida de duas crianças, quando um barco com 34 pessoas virou a apenas 50 metros da costa de Bodrum, na Turquia.

Dezassete pessoas foram resgatadas da água pela Guarda Costeira da Turquia, enquanto outras 17 chegaram à costa.

Desde o início do ano, o Projeto de Migrantes Desaparecidos documentou as mortes de 42 crianças na rota do Mediterrâneo Oriental, que representam 27% do número total de mortes registadas nessa rota.

De acordo com o Projeto de Migrantes Desaparecidos, pelo menos 2.962 pessoas morreram ou desapareceram em rotas migratórias em todo o mundo em 2018.

América Central

Além do número devastador de mortes no Mediterrâneo, dois venezuelanos morreram afogados no Caribe, num naufrágio na costa de Aruba a 19 de outubro.

Centenas de pessoas juntaram-se a uma caravana de migrantes que viajam pela América Central para escapar à pobreza e à violência. Ao cruzar a Guatemala em direção à fronteira mexicana, um jovem hondurenho morreu num acidente rodoviário. Num outro incidente, seis cidadãos guatemaltecos morreram numa colisão de carro no estado mexicano de Chiapas. Cinco pessoas do grupo eram homens e uma mulher.

A OIM explica ainda que as informações sobre mortes e desaparecimentos de migrantes na América Central e no México são dispersas e imprecisas. As mortes documentadas pelo Projeto de Migrantes Desaparecidos dão conta apenas de uma fração do número real de mortes.