Novo guia da ONU quer apoiar pesquisas sobre impacto da corrupção nos países
Agências alertam que dados reportados não correspondem à situação real do crime; Unodc e Pnud são autores do Manual sobre Pesquisas sobre Corrupção apresentado na Dinamarca.
Agências das Nações Unidas apresentaram esta quarta-feira o Manual sobre Pesquisas sobre Corrupção na Conferência Internacional Anticorrupção que acontece em Copenhage, na Dinamarca.
A publicação do Escritório da ONU sobre Drogas e Crime, Unodc, e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, Pnud, pretende apoiar pesquisas de amostragem dos países sobre o impacto do suborno e outras formas de corrupção.
Justiça
De acordo com as agências, os números apresentados atualmente não correspondem à situação real da corrupção. A dimensão do suborno também não é relatada ou detectada por instituições de justiça criminal.
O estudo destaca que vítimas ou testemunhas de corrupção são geralmente menos propensas a denunciar esse tipo de casos em relação a outros crimes.
Pesquisas nacionais revelaram que somente 12% dos casos de suborno são notificados às autoridades nos Estados-membros da União Europeia e bem abaixo de 10% em outros países da Europa, da África e da Ásia.
Recursos
As agências sublinham que a corrupção é um “grave impedimento ao desenvolvimento sustentável”. O custo dessa prática é maior do que simplesmente o desvio de recursos do seu propósito legítimo”.
Entre os efeitos da prática estão a destruição da estrutura social, o enfraquecimento do Estado de direito, a falta de confiança no governo, a fraca qualidade de vida e a criação de um ambiente propício para o avanço do crime organizado, do terrorismo e do extremismo violento.
O Objetivo de Desenvolvimento Sustentável, ODS, número 16 promove sociedades pacíficas e inclusivas, o acesso à justiça para todos e a construção de instituições efetivas, responsáveis e inclusivas em todos os níveis.
Método
O manual mede a corrupção com pesquisas por amostragem baseadas na população e em negócios. O guia fornece ainda orientação sobre métodos e indicadores sobre a prevalência do suborno, para que os países produzam e monitorem progressos.
De acordo com a ONU, a falta de estatísticas é um desafio que tem impacto em todos os países independentemente do seu nível de desenvolvimento.