Acnur sobre caravana de migrantes: “é urgente estabilizar a situação”

Maioria do grupo de mais de 7 mil pessoas vem das Honduras; agência defende acesso de indivíduos fugindo de perseguição e violência ao território e procedimentos para determinar seu estatuto de refugiado.
A Agência das Nações Unidas para os Refugiados, Acnur, disse esta terça-feira que é preciso estabilizar com urgência a situação de milhares de migrantes das Honduras que estão numa caravana em direção aos Estados Unidos.
Falando a jornalistas em Genebra, o porta voz do Acnur, Adrian Edwards, disse que uma das grandes preocupações é a situação humanitária. Segundo o representante, muitas pessoas precisam de comida, água e serviços de saúde.
A maioria daqueles que seguem na caravana são migrantes das Honduras fugindo da pobreza no seu país. Eles tentam chegar até à fronteira entre o México e os Estados Unidos.
O Acnur estima que pelo menos 7 mil pessoas participam na segunda marcha do gênero que acontece este ano. A primeira realizou-se em abril.
Segundo Edwards, existem riscos de segurança, como sequestro. Para a agência, é essencial que existam condições para receber estas pessoas e processar as candidaturas de asilo.
Com a rota para os Estados Unidos se tornando muito difícil, cada vez mais pessoas estão escolhendo candidatar-se a asilo no México.
Neste momento, o Acnur tem 45 funcionários na área urbana de Tapachula, no estado de Chiapas, e outros estão a ser enviados.
A agência trabalha com as autoridades mexicanas para prestar ajudar técnica e garantir o registo dos candidatos. A agência também ajuda a criar sistemas de identificação e acompanhamento para os migrantes com necessidades especiais.
O Acnur avisou os países na rota da caravana que é provável que o grupo inclua pessoas fugindo de perigos verdadeiros.
O porta-voz afirmou que “as responsabilidades de todos os países é a mesma”. Segundo ele, “os indivíduos que fogem de perseguição e violência precisam de acesso ao território e procedimentos para determinar o seu estatuto de refugiado.”
Segundo o Banco Mundial, 66% dos hondurenhos vive na pobreza. Um em cada cinco moradores de zonas rurais vive com menos de US$ 1,90 por dia.
Neste momento, a caravana atravessa a fronteira entre a Guatemala e o México.