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Agências da ONU juntam forças para apoiar Nigéria

Steiner e Lowcock em Banki, no estado de Borno.
Ocha/Eve Sabbagh
Steiner e Lowcock em Banki, no estado de Borno.

Agências da ONU juntam forças para apoiar Nigéria

Ajuda humanitária

 Coordenador da Assistência de Emergência da ONU e administrador do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento estão no país africano para visita de dois dias; 7,7 milhões de pessoas a precisar de ajuda humanitária nos estados mais afetados de Borno, Adamawa e Yobe. 

O coordenador da Assistência de Emergência da ONU, Mark Lowcock, e o administrador do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, Pnud, Achim Steiner, pediram este sábado mais esforços para ajudar a Nigéria.

Em nota conjunta, Steiner e Lowcock disseram aos parceiros nacionais e internacionais que é preciso atender às terríveis necessidades humanitárias nos estados de Borno, Adamawa e Yobe.

Encontros

Durante uma visita oficial conjunta de dois dias à Nigéria, os altos funcionários da ONU reuniram-se com o ministro das Finanças, Zeinab Ahmad, membros do governo e outros funcionários de alto nível.

Os agricultores foram forçados a sair das suas casas, e parar de trabalhar, devido à insegurança.
Os agricultores foram forçados a sair das suas casas, e parar de trabalhar, devido à insegurança. , by Ocha/Eve Sabbagh

Também conversaram com pessoas afetadas pela crise da região do Lago Chade. No sábado, visitaram projetos nas cidades de Bama e Ngwom, em Borno, o estado mais afetado pelo conflito de dez anos, onde as agências prestam assistência vital e implementam programas de desenvolvimento.

Objetivos

Lowcock disse que a visita serve “para apoiar a liderança do governo.” Segundo ele, “a ajuda humanitária só pode ser uma solução temporária” e a colaboração com o Pnud serve “para juntar esforços e salvar vidas, ajudar a estabilizar a situação e reconstruir vidas e comunidades”.

O responsável defende que se “deve  fazer tudo o que pode para impedir que a crise continue por anos” e que a comunidade internacional tem "uma oportunidade única de fazer uma diferença real".

Steiner afirmou que ajudar as pessoas afetadas “exige que as organizações de ajuda humanitário e desenvolvimento trabalhem juntas para enfrentar as necessidades humanitárias imediatas e as causas profundas da crise.”

Crise

A crise humanitária no nordeste da Nigéria espalhou-se para a região do Lago Chade. Continua sendo uma dos mais graves no mundo, com 7,7 milhões de pessoas a precisar de ajuda humanitária nos estados mais afetados de Borno, Adamawa e Yobe.

Estima-se que até 3 milhões de pessoas sofram de insegurança alimentar crítica.  Quase um milhão de crianças com idade entre seis meses e cinco anos estão gravemente desnutridas, com 440 mil sofrendo de subnutrição aguda.

No início de setembro, durante uma conferência internacional realizada em Berlim, doadores prometeram US$ 2,5 bilhões para projetos na região do Lago Chade.