Melhorar gestão de risco na América Latina e Caribe é essencial em período de menor crescimento, diz Banco Mundial
Além de apresentar as perspectivas para 2018 e 2019, novo relatório discute impactos de desastres naturais e outros riscos.*
O Banco Mundial revisou para baixo as expectativas de crescimento econômico para a América Latina e Caribe em 2018 e 2019. Relatório lançado nesta sexta-feira, em Washington, calcula um crescimento de 0,6% para este ano e 1,6% para o próximo.
Para o Brasil, espera-se crescimento de 1,2% em 2018 e 2,2% em 2019. Apesar de positivos, os números mostram uma desaceleração que impacta a economia da América do Sul como um todo. O subcontinente deve ter contração de 0,1% em 2018 e crescimento de 1,2% em 2019.
Venezuela
Além do desempenho brasileiro, alguns motivos para isso são a instabilidade de mercado iniciada em abril, na Argentina; a situação da Venezuela; e uma piora do cenário econômico internacional como um todo.
Mas há também fatores externos relativamente favoráveis à América Latina e Caribe, segundo o estudo. Entre eles, estão o crescimento robusto nos Estados Unidos e na China e a recuperação no preço das matérias-primas.
O relatório, lançado pelo economista-chefe do Banco Mundial para a região, ainda destaca o impacto dos desastres naturais sobre as economias locais, especialmente as do Caribe.
Boa Notícia
Furacões como o Irma, que passou por vários países caribenhos há pouco mais de um ano, são capazes de causar perdas maiores que 100% do PIB. Por isso, é importante preparar todas as economias para os próximos eventos extremos.
A boa notícia é que a região está mais bem preparada do que no passado.
Entre as ferramentas que ajudam a gerenciar o risco de desastres, estão os seguros climáticos. Eles podem fornecer fundos com disponibilidade imediata para recuperar o país afetado por terremotos ou furacões. Um exemplo é o Bônus Catastrófico da Aliança do Pacífico, criado contra catástrofes como terremotos, algo inconcebível até há pouco tempo.
Contudo, contra esses e outros riscos, o relatório enfatiza: a solução é fortalecer instituições e mercados para ajudar os países a se recuperarem mais rapidamente.
*Apresentação: Mariana Ceratti, do Banco Mundial Brasil