Coordenador humanitário da ONU: “Síria tem de recuperar e de forma pacífica”

Chefe humanitário na Síria pediu a todas as forças do país que permitam acesso de ajuda; crise ainda afeta 13 milhões de cidadãos e refugiados sírios; apenas 45% dos fundos para ajuda foram disponibilizados.
O coordenador humanitário das Nações Unidas na Síria, Ali Al-Zatari, afirmou que a organização não pode fornecer assistência à cidade de Idlib desde o interior da Síria. Segundo ele, "a região está fora do controle do governo e pode ser um processo muito longo e complicado para obter acesso".
Em entrevista à ONU News, em Nova Iorque, o coordenador explica que o país ainda passa por uma grave crise humanitária, que “afeta cerca de 13 milhões de cidadãos e refugiados sírios, que precisam desesperadamente da assistência.”
O coordenador da ONU adiantou que o subsecretário-geral da ONU para os Assuntos Humanitários, Mark Lowcock, e a delegação do governo sírio chegaram a um acordo durante uma reunião de bastidores que decorreu durante a Assembleia Geral da ONU, em Nova Iorque.
Al-Zatari acredita que em breve a ONU terá um acesso mais rápido a determinadas regiões e conseguirá ter melhores condições para avaliar a situação dos necessitados. Por isso, o representante acredita, que “se as coisas continuarem conforme combinado, haverá um plano de resposta acordado até março de 2019."
Ele falou sobre as altas taxas de pobreza e de desemprego na Síria, apontando que, apesar de haver mais estabilidade em algumas áreas, como a capital Damasco, esta realidade não reflete a situação geral no país.
O coordenador humanitário explica que já “não há mais confrontos armados em muitas cidades e territórios sírios, mas noutras áreas essa ameaça ainda existe e as pessoas ainda estão assustadas e inseguras."
Em relação ao plano humanitário de emergência, Al-Zatari adiantou que a ONU pediu “quase US$ 3,4 bilhões para 2018” e que até agora “apenas 45% deste valor foi disponibilizado”. A situação limita o trabalho da ONU naquele país.
Al-Zatari aproveitou ainda a entrevista para partilhar o seu desejo de que “a Síria tem de recuperar” e que espera que tal aconteça de “forma pacífica.”