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Cabo Verde e Moçambique entre 39 países que precisam de assistência alimentar

Os conflitos e o deslocamento da população continuam a ser as principais causas para a falta de alimentos na África Oriental e no Oriente Médio.
Foto: UNRWA
Os conflitos e o deslocamento da população continuam a ser as principais causas para a falta de alimentos na África Oriental e no Oriente Médio.

Cabo Verde e Moçambique entre 39 países que precisam de assistência alimentar

Saúde

Novo relatório diz que conflitos e eventos climáticos extremos aumentaram a insegurança alimentar em vários países; produção de cereais deve baixar em todo o mundo. 

Cabo Verde e Moçambique estão entre os 39 países de todo o mundo que precisam de assistência alimentar, afirma um relatório publicado esta quinta-feira pela Organização da Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação, FAO.

A agência informa que conflitos longos, deslocamentos e eventos climáticos extremos estão causam altos níveis de insegurança alimentar severa, particularmente em países da África Austral e do Oriente Médio.

Lusófonos

Foto FAO: Cristina Aldehuela
Foto FAO: Cristina Aldehuela, by Segundo a FAO, Cabo Verde e Moçambique estão entre os 39 países que precisam de assistência alimentar.

Em Moçambique, as principais razões são as secas e infestações de pragas, que causaram descidas na produção no sul do país e algumas áreas do centro.

Como resultado, estima-se que 891 mil pessoas tenham insegurança alimentar, a maioria em Tete, no centro, e outras áreas de Gaza, no sul. Apesar desses valores globais, a produção de cereais deve aumentar este ano.

Quanto a Cabo Verde, o relatório diz que o país teve uma fraca estação agropastoril no ano passado, causando perdas significativas. Cerca de 21 mil pessoas, ou 4% da população, está num nível de crise ou acima.

Produção

Dos 39 países que precisam de assistência, 31 estão em África, sete na Ásia e um no Caribe, o Haiti. Uma das grandes causas é a descida prevista na produção de cereais.

Este ano, devem ser produzidos 2.587 milhões de toneladas, o valor mais baixo dos últimos três anos e 2,4% abaixo do nível recorde do ano passado.

Apesar dessa descida, a produção nos 52 países de baixa renda com falta de alimentos deve ser 490 milhões de toneladas, cerca de 19 milhões acima da média dos últimos cinco anos.

Regiões

Os conflitos e o deslocamento da população continuam a ser as principais causas na África Oriental e no Oriente Médio.  Na África Austral, o principal culpado é o clima seca, que reduziu a produção de cereais.

No Iêmen, 17,8 milhões de pessoas têm insegurança alimentar e precisam de assistência humanitária urgente, um aumento de 5% em relação a 2017. Na República Centro-Africana, estima-se que sejam 2 milhões de pessoas, ou 43% da população.

No Malawi, com a produção de cereais abaixo da média, o número de pessoas que enfrentam insegurança alimentar deve ser maior que o dobro em relação ao ano passado e atingir 3,3 milhões de pessoas. No Zimbábue, devem ser 2,4 milhões.

O Oriente Médio também sofreu com a falta de chuva, sobretudo o Afeganistão e a Síria. Neste país, onde a guerra já decorre há sete anos, estima-se que cerca de 6,5 milhões de pessoas tenham insegurança alimentar e 4 milhões estejam em risco de ficar nessa situação.

Nas Américas, a chuva fez baixar a produção, sobretudo do milho. Na Ásia, a produção de cereais deve aumentar, com fortes ganhos em Bangladesh e na Índia.