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Iémen: vítimas de insegurança alimentar podem aumentar para 12 milhões

David Beasley lembrou que o mundo ainda enfrenta uma crise alimentar sem precedentes com
PMA/Marco Frattini
David Beasley lembrou que o mundo ainda enfrenta uma crise alimentar sem precedentes com

Iémen: vítimas de insegurança alimentar podem aumentar para 12 milhões

Ajuda humanitária

PMA condena ataques a trabalhadores e equipamentos de assistência humanitária; país enfrenta a maior crise de fome do mundo; custo dos alimentos básicos aumentou 35% no último ano.

O Programa Mundial dos Alimentos, PMA, está preocupado com a escalada da violência no Iémen. O aumento dos confrontos armados tem levado a um agravamento acentuado da segurança em várias cidades do país.

As dificuldades económicas generalizadas, agravam-se ainda mais com a desvalorização da moeda e o consequente aumento dos preços dos alimentos.

Fim de Combates

De acordo com o PMA, o custo dos alimentos básicos aumentou 35% nos últimos 12 meses, deixando muitos famílias incapazes de se alimentar. A agência destaca que essa situação tem gerado um grande descontentamento e protestos.

O diretor executivo da agência pede que “todas as partes ponham fim aos combates e apoiem os esforços para construir a paz.” David Beasley lembra que só com o fim imediato de combates será possível à comunidade humanitária prestar assistência aos iemenitas.

Arma de Guerra

Programa Mundial dos Alimentos alimentou entre 6 e 7 milhões de pessoas com fome severa.
Programa Mundial dos Alimentos alimentou entre 6 e 7 milhões de pessoas com fome severa., by Foto OCHA/Charlotte Cans

O representante do programa afirma que tem assistido a “uma série de ataques aos trabalhadores, aos camiões, aos armazéns e silos.” E condena qualquer tentativa de utilizar a ajuda e equipamentos humanitários como arma de guerra.”

O Iémen enfrenta a maior crise de fome do mundo, com 18 milhões de pessoas, quase dois terços da população, sem saber qual será a sua próxima refeição.

O diretor executivo destacou que durante o ano passado, o PMA alimentou entre 6 e 7 milhões de pessoas com fome severa todos os meses mas se a insegurança alimentar continuar, o número poderá duplicar para os 12 milhões.

O PMA lembrou que o tempo está a esgotar-se e que são necessários “novos pontos de entrada para importações de alimentos humanitários para conseguir enfrentar a crescente crise de fome em todo o país”.

David Beasley pede “a todas as partes envolvidas que cumpram as suas obrigações de proteger a população e as infraestruturas civis e que tomem medidas ativas para por fim a este conflito.