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Perto de 800 mil pessoas cometem suicídio todos os anos

Em Villanueva, nas Honduras, Darwin na sala de aula que partilhava com o amigo Henry, que cometeu suícidio depois de ser vítima de bullying.
Unicef/Adriana Zehbrauskas
Em Villanueva, nas Honduras, Darwin na sala de aula que partilhava com o amigo Henry, que cometeu suícidio depois de ser vítima de bullying.

Perto de 800 mil pessoas cometem suicídio todos os anos

Saúde

Nações Unidas marcam Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio em 10 de setembro; em 2016, esta foi a segunda causa de morte para pessoas entre os 15 e os 29 anos em todo o mundo. 

As Nações Unidas marcam o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio esta segunda-feira, 10 de setembro. Todos os anos, perto de 800 mil pessoas terminam com a sua vida.

Em 2016, esta foi a segunda causa de morte no mundo para pessoas entre os 15 e os 29 anos. Foi a pensar nestes números que a Organização Mundial da Saúde, OMS, lançou um guia que explica como as comunidades podem combater este fenómeno. O programa foi realizado em conjunto com a Comissão de Saúde Mental do Canadá.

Números

A OMS explica que o suicídio não acontece apenas nos países desenvolvidos, que é um fenómeno global. Em 2016, mais de 79% de todos os suicídios ocorreram em países de baixa ou média rendas.

De acordo com a OMS, essa questão de saúde pública é séria, mas pode ser prevenida com intervenções atempadas, científicas e de baixo custo.

Causas

Apesar de existir uma ligação entre suicídio e problemas de saúde mental, muitas vezes este acontece em momentos de crise, quando existem problemas financeiros, o fim de uma relação, dor crônica ou doença.

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Paciente de doença mental no JFK Medical Center, em Monrovia, na Libéria. Foto: Dominic Chavez/Banco Mundial, by dsu-admin

Cerca de 20% de todas estas mortes acontecem ingerindo pesticidas, normalmente em zonas rurais de países de baixa e média rendas. Outros métodos comuns são enforcamento e armas de fogo.

A OMS diz que conhecer os métodos mais usados é importante para encontrar estratégias de prevenção, como restringir o acesso a esses meios.

Combate

Segundo a agência, os esforços de prevenção requerem coordenação entre múltiplos setores da sociedade, como saúde, educação, trabalho e outros. Esses esforços “devem ser abrangentes e integrados, já que nenhuma abordagem sozinha pode causar impacto em um assunto tão complexo.”

A OMS indica várias estratégias que têm sucesso, como a introdução de medidas que reduzem os efeitos nocivos do álcool, identificação e tratamento de pessoas com problemas mentais e de dependência e formação de trabalhadores de saúde.

Estigma

Por fim, a agência alerta para o estigma que envolve os transtornos mentais e o suicídio. Esse preconceito, avisa a agência, significa que as pessoas não recebem a ajuda de que precisam.

Neste momento, apenas alguns países incluem a prevenção do suicídio entre as suas prioridades de saúde. Somente 38 Estados têm uma estratégia nacional de prevenção do suicídio.