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RD Congo: Unicef quer retorno seguro de alunos de 250 escolas em áreas afetadas por ébola

Crianças aprendem a lavar corretamente as mãos para evitar a propagação do covid-19.
Unicef/Mark Naftalin
Crianças aprendem a lavar corretamente as mãos para evitar a propagação do covid-19.

RD Congo: Unicef quer retorno seguro de alunos de 250 escolas em áreas afetadas por ébola

Assuntos da ONU

Mais de 82 mil crianças estudam em áreas congolesas com casos da doença; quase um quarto dos pacientes confirmados têm menos de 24 anos; atual surto já matou mais de 67% das pessoas infectadas.

O Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, disse que quer garantir um início do ano escolar “tranquilo e seguro” para crianças que vivem em áreas afetadas por ébola no leste da República Democrática do Congo, RD Congo.

Cerca de 250 escolas têm perto de 2,5 mil alunos matriculados nesses locais.  A agência vai capacitar diretores de escolas e mais de 1.750 professores para o novo período escolar que começa a 3 de setembro.

Serviços

A ideia é que se fale mais de proteção contra o vírus, para que os casos sejam detectados mais cedo. Os alunos também serão informados sobre o isolamento de pacientes e como encaminhar crianças com sintomas da doença aos serviços de saúde.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, OMS, pelo menos 111 pessoas foram infetadas no décimo surto da doença que já matou 75 pacientes desde agosto.

O representante do Unicef na RD Congo, Gianfranco Rotigliano, visitou a área de Mangina, que teve os primeiros casos. Ele lembrou que a educação é um direito de toda criança e que “é essencial que crianças desenvolvam todo o seu potencial”. 

Apoio Psicossocial

Perante crises como a mais recente, Rotigliano disse que as escolas são eficazes para que as crianças tenham estabilidade, aprendam medidas de prevenção e recebam apoio psicossocial.

RD Congo: Unicef quer retorno seguro de alunos de 250 escolas em áreas afetadas por ébola

Para garantir centros de educação bem preparados para detectar e responder mais cedo aos possíveis casos, o Unicef oferece centenas de termômetros, recipientes para lavar as mãos e material de divulgação como megafones e cartazes.

Segundo a agência, mais de 2 milhões de congoleses já tiveram acesso a mensagens para prevenir o vírus desde que o surto começou. A divulgação ocorre em oito áreas com o apoio de comunidades e de 100 trabalhadores locais.

A agência destaca que 24% dos casos foram confirmados em menores de 24 anos. Metade dos pacientes são mulheres e meninas.

Com o apoio do Unicef, mais de 150 profissionais animam e apoiam as crianças que saíram dos centros de cuidados de pacientes porque estão expostas ao estigma.