Perspectiva Global Reportagens Humanas

Moçambique: FAO quer garantir a segurança alimentar após perda de 40% de safras

Lagarta-do-cartucho-do-milho.
FAO/Rachel Nandalenga
Lagarta-do-cartucho-do-milho.

Moçambique: FAO quer garantir a segurança alimentar após perda de 40% de safras

Ajuda humanitária

Taxa de desnutrição crónica é de 43% no país; agência destaca que é importante que comunidades tenham uma alimentação diversificada e nutritiva; ações da FAO promovem hortas caseiras.

A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, está sob alerta em Moçambique devido à perda de cerca de 40%  das culturas agrícolas desde abril do ano passado por causa de pragas.

O representante da agência, Olman Serrano, disse à ONU News em Maputo que um dos desafios da agência é prestar assistência eficaz ao governo diante dessa situação.

Sensibilização

“Neste momento, o setor agrário moçambicano está em alerta por causa da praga da lagarta do Funil do Milho. A FAO está a prestar assistência técnica ao governo de Moçambique através de um quadro coordenado que apoie os produtores a gerir melhor a praga, por exemplo, foram produzidos materiais de sensibilização, um guia de avaliação da lagarta do funil do milho e formações para os técnicos de extensão agrária do Ministério, isto foi feito nas diferentes provincias”.

O representante destacou ainda que uma das soluções imediatas é o estímulo do cultivo de superalimentos.

Vídeo: Cultivando sonhos

Hortas

“A FAO através de projetos financiados pela União Europeia e pelo Fundo Belga de Segurança Alimentar tem incentivado a produção e consumo de alimentos com alto valor nutritivo, como por exemplo a batata-doce de polpa alaranjada, o feijão fortificado com zinco e ferro. O uso da moringa tem sido aconselhado para enriquecer as papas das crianças e melhorar a dieta familiar. Estes alimentos são também cultivados nas hortas caseiras que a FAO promove”.

A FAO é um dos parceiros fundadores da Iniciativa das Nações Unidas para Redução da Desnutrição Infantil. Segundo o representante da agência a abordagem visa reduzir as taxas de desnutrição crónica no país.

Produção

“A principal prioridade é contribuir para segurança alimentar e nutricional, tendo em conta que aqui em Moçambique, atualmente, tem uma taxa de desnutrição crónica de 43%. Este número é muito, muito elevado. É por isso que a FAO junto com o governo vai trabalhar para melhorar a segurança alimentar no país”. 

A FAO em Moçambique tem procurado melhorar a situação de segurança alimentar e nutricional no país com ações como a produção e a proteção de culturas agrícolas e educação nutricional.

Outras atividades da agência incluem a mitigação de desastres, a adaptação às mudanças climáticas e apoio a políticas além da estatística agrária e boa gestão e terras.