OIM: Número de entrada de migrantes no Mediterrâneo cai quase que pela metade
De janeiro a agosto, 61.517 utilizaram a passagem contra 118.436 pessoas no mesmo período do ano passado; segundo da ONU, 1524 migrantes perderam a vida no Mediterrâneo desde janeiro.
A Organização Internacional para Migração, OIM, informou que o número de migrantes que entraram na Europa pelo Mar Mediterrâneo foi reduzido quase que pela metade nos primeiros oito meses deste ano.
Em comunicado, emitido em Genebra, a agência da ONU disse que até 12 de agosto, 61.517 migrantes haviam utilizado a travessia. No ano passado, no mesmo período foram 118.436. Há dois anos, o número era 265.640.
Espanha e Itália
Ao todo, morreram 1524 pessoas mais de 1000 a menos que no ano passado, quando 2428 migrantes perderam a vida em alto mar.
A OIM compilou um quadro com as chegadas registradas em vários países europeus incluindo Itália, Malta, Espanha e Grécia.
Este ano, o número de chegadas à Espanha ultrapassa o de outros destinos. Em menos de duas semanas, neste mês de agosto, chegaram ao país 2170 migrantes quase a mesma quantidade registrada em todo o ano de 2016.
Em contrapartida, a entrada na Itália baixou para menos de 20% do volume de pessoas recebidas no mesmo período do ano passado. A Itália chegou a abrigar mais de 101,5 mil migrantes em 2016, que entraram pelo mar.
Crianças
O representante da OIM na Itália, Flavio Di Giacomo, contou na sexta-feira que o país resgatou do mar 141 migrantes no navio “Aquarius” (SOS-Mediterrâneo-MSF). Mas até esta segunda-feira, a embarcação ainda esperava autorização para adentrar um porto seguro após passar vários dias no mar.
Di Giacomo lembrou que os migrantes resgatados estavam em pequenos barcos de madeira. Um transportava 25 pessoas e o outro, um pouco maior, 116 incluindo 73 crianças e um bebê, além de uma criança de cinco anos de idade.
Alguns migrantes contaram ao pessoal do resgate que avistaram até cinco navios e pediram ajuda, mas ninguém teria prestado assistência. Um médico da ONG Médico Sem Fronteiras afirmou que muitos migrantes estão desnutridos e fracos desde a Líbia.
A maioria das pessoas nas embarcações era da região do Chifre da África, mas havia ainda migrantes de Camarões, Nigéria, Bangladesh, Marrocos e Gana, entre outros.