Em Nagasaki, Guterres presta tributo a vítimas e sobreviventes da bomba atômica BR

Secretário-geral visitou Memorial da Paz como parte da cerimônia que marcou os 73 anos do ataque à cidade japonesa; ele afirmou que existe uma necessidade urgente para o desarmamento de todas as formas, especialmente o nuclear.
O chefe das Nações Unidas visitou nesta quinta-feira a cidade japonesa de Nagasaki, atacada por uma bomba atômica exatamente há 73 anos, em 9 de agosto de 1945.
António Guterres participou de uma cerimônia no Memorial da Paz em tributo às vítimas. Ele se encontrou com alguns sobreviventes, conhecidos como hibakusha, e disse que Nagasaki era um farol de esperança e um monumento à resiliência de seus habitantes.
O chefe da ONU começou o discurso destacando os “profundos laços políticos, culturais e religiosos” entre Nagasaki e seu país de origem, Portugal. Uma relação de mais de cinco séculos desde que os portugueses chegaram ao Japão.
Para Guterres, a cidade japonesa tornou-se uma inspiração global para todos que querem criar um mundo mais seguro.
As bombas atômicas contra Hiroshima e Nagasaki, lançadas com três dias de espaço entre si, mataram e feriram dezenas de milhares de pessoas. Guterres ressaltou que os sobreviventes se tornaram líderes para a paz e o desarmamento ao redor do mundo.
O chefe da ONU disse que eles não são identificados pelas cidades que foram destruídas, mas pela paz que buscam construir num mundo que precisa. O lema dos sobreviventes: Não mais Hiroshimas, Não mais Nagasakis e não mais hibakusha, ecoa pelo mundo.
António Guterres afirma que, infelizmente, os receios de uma guerra nuclear permanecem nos dias de hoje, mais de sete décadas depois.
Cerca de US$ 1,7 trilhão foi gasto no ano passado com armas e exércitos. O nível mais alto desde o fim da Segunda Guerra Mundial, e 80 vezes mais do que é necessário para cobrir toda a ajuda humanitária global.
O chefe da ONU lembrou que enquanto isso, os processos de desarmamento estão estancados. Armas químicas e de destruição em massa, e aquelas construídas pela guerra cibernética, representam uma grave ameaça a todos.
Já os conflitos com armas convencionais se alastram por mais tempo e se tornam cada vez mais letais.
Em maio, António Guterres lançou sua Agenda para o Desarmamento mostrando que as armas nucleares minam a segurança humana, nacional e global.
Em Nagasaki, Guterres afirmou que é obrigação de todos assegurar que nunca mais a bomba atômica será usada.