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Novos casos de ebola confirmados na República Democrática do Congo

Vacinação em Mbandaka, na República Democrática do Congo, durante o último surto de ebola.
OMS/Lindsay Mackenzie
Vacinação em Mbandaka, na República Democrática do Congo, durante o último surto de ebola.

Novos casos de ebola confirmados na República Democrática do Congo

Saúde

Anúncio acontece apenas oito dias depois de ter sido declarado o fim do último surto; contaminações estão em região com conflitos, o que pode dificultar o acesso a tratamento.

A República Democrática do Congo anunciou, esta quinta-feira um novo grupo de casos do vírus ebola na província de Kivu do Norte.

O anúncio ocorre oito dias depois de a Organização Mundial da Saúde, OMS, declarar o fim de um surto na província de Equatoria, a cerca de 2,5 mil km de onde surgiram os novos casos. Um total de 29 pessoas morreram durante esse surto.

Testes

O governo congolês informou que realizou seis testes e que quatro tiveram resultados positivos, mas estão sendo feitos mais exames. Em entrevista à ONU News, de Genebra, o porta-voz da OMS, Tarik Jasarevic, disse que todos foram hospitalizadas.

Diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, declarou uma pandemia o novo coronavírus.
Diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, está em Lisboa., by ONU/Daniel Johnson

Segundo o porta-voz, “agora é preciso ter a certeza de que as medidas estão a ser tomadas, sobretudo em centros de saúde, para minimizar os riscos de mais contágios.”

Ameaça

Em nota, o diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, afirmou que "o ebola é uma ameaça constante na República Democrática do Congo."

Segundo ele, isso “aumenta a confiança na capacidade do país para responder a uma nova crise.” O chefe da OMS prometeu trabalhar em estreita colaboração com o governo congolês e parceiros para lutar contra o vírus.  

Já o diretor regional da OMS para África, Matshidiso Moeti, explicou que muito do pessoal e equipamentos permanecem no país. Segundo ele, "isso permite ter uma vantagem inicial na resposta."

Dificuldades

A maioria dos novos casos está em Mangina, em Kivu do Norte, onde existem conflitos. Por causa disso, o diretor-geral adjunto de Preparação e Resposta a Emergências da OMS, Peter Salama, acredita que "a principal barreira será o acesso seguro à população afetada".

Segundo uma nota da OMS, existem mais de 1 milhão de deslocados nesta província. A região faz fronteira com Ruanda e Uganda e tem um grande movimento devido às atividades comerciais, o que pode aumentar o risco de disseminação do vírus.

A OMS afirmou que "continuará trabalhando com os países vizinhos para garantir que as autoridades de saúde estão alertas e preparadas para responder".