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Agência da ONU aumenta ajuda a pessoas que fogem da violência na Nicarágua

Jovem deslocada em Managua, capital da Nicarágua, em frente ao edifício onde vive com a sua família.
Unicef/Jeremy Horner
Jovem deslocada em Managua, capital da Nicarágua, em frente ao edifício onde vive com a sua família.

Agência da ONU aumenta ajuda a pessoas que fogem da violência na Nicarágua

Migrantes e refugiados

País da América latina enfrenta onda de violência que causou a morte de pelo menos 280 pessoas; desde abril, a Costa Rica registou mais de 8 mil pedidos de asilo e outras 15 mil pessoas estão em lista de espera. 

A Agência da ONU para Refugiados, Acnur, está fazendo um apelo à solidariedade internacional para ajudar a Costa Rica e outros países que acolhem pessoas que fogem da violência na Nicarágua.

Nos últimos meses, o número de nicaraguenses candidatos a asilo na Costa Rica aumentou muito. Desde abril, foram registados mais de 8 mil pedidos de proteção e outras 15 mil pessoas estão em lista de espera para processar os seus casos.

Apelo

De Genebra, o porta-voz do Acnur William Spindler explicou o trabalho que a agência da ONU está a fazer para apoiar estas pessoas.

Os protestos já duram há mais de três meses.
Os protestos já duram há mais de três meses. , by Artículo 66

“Estamos pedindo uma resposta de solidariedade internacional, como parte do Pacto Global para Refugiados, e também uma resposta regional por parte dos países da região que podem manifestar a sua solidariedade com a Costa Rica. Neste momento, o Acnur está apoiando as autoridades costa-ricenses para responder a esta situação, sobretudo com o registo de refugiados que estão chegando, e também está reforçando a sua presença na fronteira norte com a Costa Rica, onde a maioria dos refugiados está a chegar”.

Segundo Spindler, o objetivo é aumentar o número de pedidos processados de 200 para 500 por dia. O porta-voz explica que cerca de 150 mil famílias nicaraguenses já vivem no país e ajudam no acolhimento. 

“Neste momento, a maioria está chegando à Costa Rica, mas também há uns que chegam ao Panamá, México e Estados Unidos. Mas a grande maioria cruza a fronteira com o país vizinho, que é a Costa Rica. Chegam em situação difícil, muitos não têm possibilidade de trazer com eles nada, e a capacidade de dar uma resposta às necessidades humanitárias dessa população é limitada. Há uma população de nicaraguenses que mora na Costa Rica bastante importante, e esta população está a dar a primeira resposta aos refugiados que chegam”. 

Em nota, o Acnur agradece também os esforços da Costa Rica em manter as fronteiras abertas para acolher as pessoas da Nicarágua que precisam de refugio internacional.

Crise

O Escritório de Direitos Humanos das Nações Unidas afirma que, até 17 de julho, a violência causou 280 mortos e 1.830 feridos.

As manifestações começaram em abril, criticando a reforma do sistema de pensões e se tornaram um protesto contra o presidente Daniel Ortega.

No mês passado, o secretário-geral da ONU também mencionou a situação no país, dizendo que “é absolutamente essencial que se cesse de imediato a violência e se revitalize o diálogo político, porque apenas uma solução política é aceitável”.