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Primeira Cimeira Global sobre Deficiência lembra direitos de 1,5 bilhão de pessoas

Cerca de metade das crianças com deficiência não vai à escola.
Unicef/Khudr Al-Issa
Cerca de metade das crianças com deficiência não vai à escola.

Primeira Cimeira Global sobre Deficiência lembra direitos de 1,5 bilhão de pessoas

Direitos humanos

Vice-secretária-geral da ONU e altos funcionários das Nações Unidas participaram no encontro em Londres; cerca de metade das crianças com deficiência não vai à escola; 15% das pessoas que precisam de ajuda humanitária vive com deficiência.

A primeira Cimeira Global sobre Deficiência aconteceu esta terça-feira em Londres, no Reino Unido, e reuniu mais de 700 delegados de todo o mundo.

O encontro, que renovou os compromissos da Convenção dos Direitos das Pessoas com Deficiências, foi organizado pelo Reino Unido, pelo Quénia e pela Aliança Internacional sobre Deficiência. No final do encontro, foi assinada a chamada Carta para a Mudança.

Compromissos

Vários altos funcionários das Nações Unidas, incluindo a vice-secretária-geral, a diretora-executiva do Fundo da ONU para a Infância, Unicef, e o chefe humanitário, participaram na reunião. 

Vice-secretária-geral da ONU, Amina Mohammed.
Vice-secretária-geral da ONU, Amina Mohammed., by ONU/Eskinder Debebe

A vice-chefe da ONU, Amina Mohammed, disse num encontro ministerial que “os compromissos dos governos para promover os direitos das pessoas com deficiência estão bem estabelecidos, mas com muita frequência esse compromisso político não se traduz em melhorias significativas na vida de 1,5 bilhão de pessoas com deficiências no mundo”.

Segundo Mohammed, “muitas pessoas com deficiência, não importa onde estejam a viver e suas capacidades, ainda enfrentam discriminação”.

Ela lembrou que o secretário-geral lançou uma revisão da abordagem da ONU para as deficiências e que esssa iniciativa deve resultar em melhorias  já em 2019. Ainda este ano, António Guterres vai publicar um relatório sobre Deficiência e Desenvolvimento.

A representante acredita que o documento “será uma linha de base muito necessária sobre a situação das pessoas com deficiência no contexto dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável”.

Crises

Também presente no encontro, o subsecretário-geral da ONU para os Assuntos Humanitários, Mark Lowcock, pediu a inclusão de pessoas com deficiência e as suas organizações na resposta a crises humanitárias.

Segundo ele, pelo menos 15% dos mais de 130 milhões de pessoas em todo o mundo que precisam de ajuda humanitária têm deficiências.

Educação

A diretora-executiva do Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, Henrietta Fore, falou sobre educação inclusiva e o papel que a tecnologia pode ter para atingir estas metas.  

A chefe da agência da ONU lembrou que cerca de metade das crianças com deficiência não vai à escola, por causa de preconceito, estigma ou falta de acessibilidade. Dentre as crianças que estudam, metade não recebe uma educação de qualidade, por falta de professores treinadores, instalações acessíveis e ferramentas de ensino especializado.

Diretora-executiva do Unicef, Henrietta Fore.
Diretora-executiva do Unicef, Henrietta Fore. , by ONU/Loey Felipe

Fore acredita que “esta é uma perda trágica de potencial, para estas crianças, para as suas sociedades e para as suas economias”. Segundo ela, excluir crianças com deficiências da educação pode custar a um país entre 1% e 5% do seu Produto Interno Bruto, PIB.

A chefe do Unicef diz que um dos grandes objetivos nesta área é ter mais 30 milhões de crianças com deficiência estudando até 2030. Segundo ela, a agência da ONU trabalha com 142 países para criar sistemas de educação mais acessíveis e inclusivos.

Objetivos

Para o administrador do Programa da ONU para o Desenvolvimento, Pnud, Achim Steiner “embora se tenha percorrido um longo caminho para a realização dos direitos das pessoas com deficiências, todos sabemos que há algo mais a fazer”.

Segundo ele, “às vezes pode parecer impossível chegar ao destino, mas, com os esforços de todos, um mundo livre de discriminação e da marginalização de pessoas com deficiência é possível”.

 

Apresentação: Daniela Gross.