Reunião sobre desenvolvimento termina pedindo avanços rápidos para Agenda 2030
Fórum de Alto Nível avaliou progresso dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável nos países; secretário-geral disse que Agenda 2030 é “a resposta coletiva para construir uma globalização justa”.
Os Estados-membros das Nações Unidas afirmaram esta quarta-feira que é preciso “acelerar urgentemente o progresso em direção a todos os Objetivos, em particular os que têm um prazo até 2020”.
A declaração faz parte de uma resolução aprovada no fim do Fórum de Alto Nível, em Nova Iorque, que avaliou o progresso nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, ODSs.
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Em entrevista à ONU News, a ministra angolana do Ordenamento do Território e Habitação, Ana Paula de Carvalho, explicou como a troca de experiências durante o Fórum pode ajudar os países a cumprir os ODSs.
“Achei bastante positiva a experiencia do Lesoto, que para diminuírem os custos da habitação estão a criar empresas locais para o fornecimento de materiais locais, de forma a baixar os preços. Em Barein, por exemplo, chamou-me à atenção o caso de programas específicos para a mulher. Nós, em relação à distribuição de habitação e de lotes, tem sido de forma abrangente, não temos acompanhando só um extrato, estão jovens, antigos combatentes, mulheres. Foi uma boa experiência”.
Pobreza
A resolução aprovada afirma que, ao longo de três anos de implementação da Agenda 2030, “houve progresso em algumas metas, mas não ao ritmo necessário para alcançar essa agenda ambiciosa, e tem sido desigual entre países e regiões”.
Os Estados-membros afirmam que “erradicar a pobreza, em todas as suas formas, é o maior desafio global e um requisito indispensável para o desenvolvimento sustentável”.
Obstáculos
António Guterres discursou no encerramento do Fórum e defendeu que as discussões dos últimos oito dias “ajudaram a mostrar a vontade de cumprir a Agenda”.
Para o chefe da ONU, ficaram evidentes alguns progressos, mas também está claro que o mundo “está atrasado, ou até a retroceder, em áreas que são fundamentais para a promessa de não deixar ninguém para trás”.
O secretário-geral lembrou que, pela primeira vez numa década, o número de pessoas subnutridas aumentou, a desigualdade de gênero ainda existe e o investimento em infraestruturas continua a ser inadequado.
Soluções
Guterres afirmou que a Agenda 2030 é “a resposta coletiva para construir uma globalização justa” e apontou vários caminhos para o conseguir.
Primeiro, é preciso mobilizar o poder transformador dos jovens. É por isso, explicou o secretário-geral, que a ONU vai lançar em setembro uma estratégia para apoiar e envolver os jovens.
Além disso, é preciso controlar as emissões de gases de estufa. Guterres acredita que “não existe suficiente vontade política para cumprir os objetivos’, mas espera que a Cimeira do Clima, que acontece no próximo ano em Nova Iorque, gere uma nova ambição.
Segundo ele, é preciso resolver a falta de financiamento para os ODSs, sobretudo nos países mais vulneráveis. Para setembro, está agendado um encontro de alto nível sobre o financiamento da Agenda 2030.
Finalmente, Guterres disse que a tecnologia tem grande potencial, mas que é preciso garantir os seus benefícios para todos. Na semana passada, a ONU anunciou um novo Painel de Alto Nível para a Cooperação Digital.
Progresso
O chefe da ONU afirmou que “o multilateralismo é a única maneira de enfrentar os desafios complexos, inter-relacionados e de longo prazo” que o mundo enfrenta, e deu alguns bons exemplos.
Segundo ele, o fim das negociações sobre o Pacto Global para Migração e o Pacto Global para Refugiados é “extremamente encorajador”. Guterres também disse estar satisfeito com o fato de os Estados-membros terem adotado a reforma do Sistema de Desenvolvimento das Nações Unidas.
Apresentação: Alexandre Soares