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Espanha torna-se principal ponto de entrada para migrantes que atravessam Mediterrâneo

Acnur alerta que esta medida pode impedir futuros esforços dos navios de socorro no Mar Mediterrâneo.
OIM/Francesco Malavolta
Acnur alerta que esta medida pode impedir futuros esforços dos navios de socorro no Mar Mediterrâneo.

Espanha torna-se principal ponto de entrada para migrantes que atravessam Mediterrâneo

Migrantes e refugiados

Número de pessoas que chegam à Europa pelo mar caiu para menos de metade do ano passado; queda representa cerca de 21% dos valores de 2016; pelo menos 1.443 pessoas morreram tentando a travessia desde o início do ano.

A Espanha tornou-se o principal ponto de entrada para migrantes que atravessam o Mediterrâneo, ultrapassando Itália e Grécia, informou esta terça-feira a Organização Internacional para Migrações, OIM.

Até 15 de julho, 50.872 migrantes tinham entrado na Europa através do mar. O número é cerca de metade dos valores do ano passado, 109.746, e cerca de 21% das entradas ocorridas em 2016.

Mudanças

A OIM diz que 1.443 pessoas já perderam a vida desde o início do ano. No mesmo período de 2017, foram 2.381.

A OIM documentou 769 mortes na rota do Mediterrâneo Ocidental em 2018
O corredor central do mediterrâneo continua a ser o mais letal. , by Frontex/Francesco Malavolta

A agência da ONU afirma que os migrantes usam a Espanha como um ponto de entrada para o continente europeu. Cerca de 35% que chegaram à Europa usaram esta rota, que teve o triplo de entradas que no mesmo período do ano passado.

Além do aumento nos totais do semestre, a OIM destaca o crescimento nas últimas semanas. Durante os primeiros cinco meses do ano, as autoridades espanholas resgataram uma média de 54 migrantes diários nas suas águas. Nos 45 dias desde 30 de junho, esse valor subiu para 220 migrantes por dia.

O relatório também afirma que, embora menos usada pelos migrantes, a rota central para Itália continua sendo a mais letal, com quase quatro vezes o número de afogamentos registrados em Espanha.

Itália e Grécia

As chegadas à Itália são quase idênticas a Espanha, mas ficam atrás em cerca de 200 pessoas. O número total de entradas caiu mais de 80% em relação aos dados de 2017.

Nesse período, cidadãos da Tunísia formaram o maior grupo único, com pouco mais de 3 mil pessoas, um número cinco vezes maior em relação ao ano passado. Por outro lado, as chegadas das nove maiores nacionalidades, como Eritréia, Sudão ou Nigéria, caíram de forma significativa.

Até 15 de julho, a Grécia contou cerca de 29% de todas as entradas, 14.678 pessoas, um aumento de mais de 50%.

 

Apresentação: Daniela Gross.