Número de civis mortos no conflito no Afeganistão bate o recorde de década

Pelo menos 1.692 pessoas perderam a vida no primeiro semestre deste ano; número de vítimas fatais no conflito é o mais alto desde 2009.
A Missão das Nações Unidas no Afeganistão, Unama, anunciou que 1.692 civis morreram e outros 3.430 ficaram feridos entre 1 de janeiro e 30 de junho desde ano.
Os dados são os mais altos de vítimas causadas pelas partes em conflito num primeiro semestre durante os últimos 10 anos, destaca uma nota lançada este domingo.
A operação de paz renovou o seu apelo às partes envolvidas nos confrontos para que aumentem os esforços para proteger a população civil, encorajando as partes a trabalhar para uma solução pacífica.
O representante especial do secretário-geral da ONU para o Afeganistão disse que “o breve cessar-fogo mostrou que os combates podem ser interrompidos e que os civis afegãos não precisam mais suportar o peso da guerra”.
Tadamichi Yamamoto pediu às partes envolvidas que “aproveitem todas as oportunidades para encontrar um acordo pacífico”, o qual considera ser “a melhor maneira de proteger todos os civis”.
O uso de dispositivos explosivos improvisados por grupos que combatem o governo continuou como a principal causa de vítimas civis. Foi o uso desses explosivos que combinado ás ações suicidas e não-suicidas causou quase metade das vítimas.
Pelo menos 1.413 baixas civis, ou 427 mortos e 986 feridos, foram causadas pelo uso de explosivos por suicidas e em ataques complexos. Esses atos aumentaram em 22% a quantidade de vítimas do conflito em relação ao ano passado.
Segundo a Unama, 52% dos civis perderam a vida em ataques suicidas e complexos do Estado Islâmico do Iraque e do Levante, localmente chamado Daesh. Os atos ocorreram principalmente nas áreas de Cabul e Nangarhar.
Já os talibãs foram responsáveis por 40% das vítimas, enquanto a percentagem restante de mortos e feridos foi atribuída a elementos não identificados que combatem o governo.
As crianças mortas e feridas somaram 1.355 baixas no total. Destas, contam-se 363 que morreram e 992 que ficaram feridas, destaca a Unama. O número corresponde a uma queda de 15% se comparado ao mesmo período de 2017.
A operação de paz das Nações Unidas sublinhou ainda que apesar da queda civis que foram vítimas de resíduos de guerra explosivos, 89% dos que sofreram desse tipo de armamento foram menores de idade.
Apresentação: Eleutério Guevane.