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Chefe humanitário vê “provas claras” de necessidade de ajuda à Coreia do Norte

O chefe humanitário da ONU, Mark Lowcock, visitou uma cooperativa na província de Hwanghae Sul, na Coreia do Norte.
Ocha/Anthony Burke
O chefe humanitário da ONU, Mark Lowcock, visitou uma cooperativa na província de Hwanghae Sul, na Coreia do Norte.

Chefe humanitário vê “provas claras” de necessidade de ajuda à Coreia do Norte

Ajuda humanitária

Cerca de 10,6 milhões de pessoas precisam de assistência humanitária, segundo Mark Lowcock; esta é a primeira visita de um chefe humanitário da ONU ao país em sete anos.

O subsecretário-geral da ONU para os Assuntos Humanitários, Mark Lowcock, está na Coreia do Norte para avaliar as necessidades humanitárias e o apoio das Nações Unidas ao país asiático.

Segundo uma nota do Escritório da ONU de Assistência Humanitária, Ocha, 10,6 milhões de pessoas precisam de ajuda. A subnutrição crônica afeta 20% das crianças*.

Visita

No final do primeiro dia de visita, Lowcock disse que “há uma necessidade de ajuda humanitária muito evidente”.

Segundo ele, mais de metade das criancas em zonas rurais apenas tomam água contaminada. 

O chefe humanitário afirmou que encontrará membros do governo para pensar no que é a ONU pode fazer. 

Ele acredita que “o acesso a pessoas carentes melhorou drasticamente ao longo dos anos". Lowcock visitou dois hospitais, na província de Hwanghae Sul, e falou da diferença que a assistência humanitária faz.

Segundo ele, as principais falhas na prestação de cuidados, sobretudo para crianças desnutridas e pacientes com tuberculose, são a falta de medicamentos e equipamentos essenciais.

Veja neste vídeo, em inglês, imagens da visita:

USG Mark Lowcock visits the DPRK

Financiamento

Lowcock também visitou um jardim da infância que recebeu apoio nutricional da ONU até 2016. Desde novembro do ano passado, estas operações foram interrompidas devido à falta de financiamento.

Ele pediu aos doadores que aumentem as contribuições para o país. Segundo ele, o  Plano de Necessidades e Prioridades de 2018, lançado em abril, só recebeu 10% de financiamento

Este ano, com recurso ao Fundo Central de Resposta de Emergências, a ONU aumentou a sua cobertura para alcançar 6.518 crianças e mulheres grávidas.

Para Lowcock, o acesso aos serviços básicos de saúde continua a ser uma preocupação. Muitas partes do país não têm instalações, equipamentos, medicamentos ou pessoal necessários para fornecer serviços de qualidade.

E as diferenças entre áreas rurais e urbanas continuam. A taxa de mortalidade de crianças com menos de cinco anos em zonas rurais é maior do que nas cidades.

 

Apresentação: Alexandre Soares

 

*Alguns dos números foram atualizados.