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ONU acolhe centenas de representantes para falar de avanços nos ODSs BR

Cidades em países de baixa renda, como Nairobi, no Quénia, vão continuar a crescer rapidamente.
ONU Habitat/Julius Mwelu
Cidades em países de baixa renda, como Nairobi, no Quénia, vão continuar a crescer rapidamente.

ONU acolhe centenas de representantes para falar de avanços nos ODSs

Assuntos da ONU

Especialista brasileiro relata benefícios de eventuais acordos entre países de língua portuguesa sobre água e saneamento; seis metas globais estão sendo avaliadas até à próxima semana; ONGs e parceiros querem acelerar esforços para envolver mais áreas e pessoas.

Centenas de participantes juntam-se desde esta segunda-feira, em Nova Iorque, no Fórum Político de Alto Nível sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, ODSs.

Até a próxima quarta-feira, o evento analisa seis metas* da Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável. As sessões plenárias e paralelas envolvem mais de 600 participantes que incluem governantes, organizações não-governamentais e parceiros.

Lusófonos

Às margens da reunião global, o relator da ONU sobre água e saneamento, o brasileiro Léo Heller, disse à ONU News que avanços no setor convivem com obstáculos. Ele destacou como uma maior cooperação teria efeito em países de língua portuguesa.

“Acordos bilaterais e multilaterais entre países de língua portuguesa serão muito bem-vindos, sem dúvida nenhuma. Não existe pais melhor do que o outro. Talvez Portugal mostre indicadores mais avançados, mas não necessariamente Portugal não tenha o que aprender dos outros países. Então, essa inter-relação entre os países lusófonos seria muito vital para que se pensasse conjuntamente nos desafios. Uma parte dos desafios é comum entre muitos países e outra parte dos países é particular de cada país, mas seria muito bem-vindo que houvesse mais interação entre os países no campo da água e do saneamento. ”

Relator brasileiro fala de desafios para acesso global à água e ao saneamento

Sociedades

Ao abrir o evento, a presidente do Conselho Econômico e Social da ONU, Ecosoc, Marie Chatardová, disse que a revisão dos seis ODSs seria feita sob o lema “Transformação para sociedades sustentáveis e resilientes”.

Presidente do Ecosoc, Marie Chatardová.
Presidente do Ecosoc, Marie Chatardová. , by ONU/Loey Felipe

Ela declarou que “é fundamental eliminar a pobreza, aumentando a prosperidade compartilhada e não deixando ninguém para trás.”

Durante esta semana, espera-se que os participantes partilhem experiências e reflitam sobre os desafios e obstáculos para cumprir os ODSs aprendendo uns dos outros. Na próxima semana será a vez do debate de ministros.

Caminho

De acordo com o relatório da ONU, há ainda um longo caminho a percorrer para alcançar as seis metas.

A proposta é acelerar esforços globais e ajustá-los em áreas e pessoas que ficam para trás. As sessões envolvem apresentações de países em situações consideradas especiais e o debate de questões como financiamento, tecnologia e inovação.

A presidente do Ecosoc disse que a grande presença da sociedade civil revela o seu poder de mobilização diante de objetivos globais ambiciosos que “não são apenas sobre mudança, mas sobre transformar o mundo”.

Ela declarou ainda que neste processo “é preciso mais do que dedicação e boa vontade dos governos”.

 

*Encontro analisa  os ODSs 6,7,11,12,15 e17.

 

Apresentação: Daniela Gross