Acnur quer desembarque imediato de centenas de migrantes retidos entre Itália e Malta

Navio de resgate Aquário tem pelo menos 629 pessoas desde sábado; mais de 100 crianças estão na embarcação que se encontra entre os dois países.
A Agência da ONU para Refugiados, Acnur, apelou aos “governos interessados” no mar Mediterrâneo que deixem desembarcar imediatamente centenas de pessoas retidas desde sábado a bordo do navio de resgate Aquário.
Nesta segunda-feira, a agência revelou que pelo menos 629 pessoas estão na embarcação, incluindo mais de 100 crianças. O navio se encontra nas águas de Malta e da Itália. Segundo o Acnur “até agora nenhum país aceitou permitir o desembarque”.
Agências de notícias informaram que os ocupantes teriam sido recolhidos em seis diferentes operações de resgate na costa da Líbia. De acordo com os relatos, autoridades italianas recusaram-se a recebê-los no país e pedem que Malta os acolha.
Em sua conta no Twitter, o porta-voz da Organização Internacional para Migrações, Flavio di Giacomo, destacou que 790 imigrantes foram resgatados no domingo pela Guarda Costeira Italiana.
Segundo o Acnur, pelo menos 629 pessoas estão na embarcação, incluindo mais de 100 crianças.
“There is an urgent humanitarian imperative here” - @cochetelWe are appealing to concerned governments to allow the immediate disembarkation of hundreds of people stranded in the Mediterranean aboard a rescue ship, the Aquariushttps://t.co/JStHAVaJeu
Refugees
Para enviado especial do Acnur para o Mediterrâneo Central, Vincent Cochetel, a situação humanitária é urgente. Ele mencionou que as “pessoas estão em perigo, sem provisões e precisam de ajuda rápida”.
O representante disse haver questões mais abrangentes, como responsabilidades e como estas “podem ser melhor divididas entre os Estados. Para ele, estes pontos devem ser analisados mais adiante ”.
Para Cochetel, “fundamentalmente, o princípio do resgate no mar não deve ser posto em dúvida”.
Ele pediu ação de outros governos para apoiar os países que lidam com a chegada pelos mares, que “poderia incluir um mecanismo previsível em toda a região para o desembarque, com base na boa cooperação entre os Estados e outros atores relevantes. ”
Apresentação: Eleutério Guevane.