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OMS lança, em Lisboa, Plano de Ação Global para o Exercício Físico

Crianças fazem exercício no Uzbequistão.
Unicef/Giacomo Pirozzi
Crianças fazem exercício no Uzbequistão.

OMS lança, em Lisboa, Plano de Ação Global para o Exercício Físico

Saúde

Um em cada cinco adultos não se exercita suficientemente; objetivo da iniciativa é reduzir a taxa de falta de atividade física entre adolescentes e adultos em 15% até 2030.

A Organização Mundial da Saúde, OMS, lançou esta segunda-feira em Lisboa, Portugal, o Plano de Ação Global para o Exercício Físico.

A iniciativa quer promover o uso de exercício por pessoas de todas as idades e em todos os países.

Importância

O ministro da Saúde de Portugal, Adalberto Campos Fernandes, explicou à ONU News a urgência da iniciativa.

“O exercício físico concorre para que doenças crônicas como a diabetes e a obesidade sejam um flagelo nos países mais desenvolvidos com um impacto muito negativo sobre a qualidade de vida. As pessoas vivem hoje mais. Portugal tem neste momento uma esperança média de vida que é melhor do que a média da Ocde, mas os últimos 10 anos são ainda muito marcados pelo peso da doença crônica. É preciso envolver os cidadãos numa cultura individual de saúde e onde o exercício físico é central para que esta qualidade de vida se associe também aquilo que tem sido o ganho em anos de vida e em longevidade.”

Segundo Campos Fernandes, estas preocupações devem refletir-se em todos os setores da sociedade.

“O urbanismo das cidades tem de ser um urbanismo pensado em função da saúde. É por isso que a OMS há muitos anos que defende, e nós também, que a saúde deve estar presente em todas as políticas. Nas decisões sobre urbanismo, nas decisões sobre a mobilidade, na educação, na economia, e esse tem de ser um caminho percorrido a várias mãos. O cidadão, no centro das nossas preocupações, mas a criação de condições que tornem apetecível, que tornem desejável o envolvimento com o ambiente.”

Confira o vídeo da campanha "Vamos ser ativos" da OMS.

Pessoas Mais Ativas para um Mundo mais Saudável

Evento

O lançamento foi feito pelo diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, numa cerimônia que contou com a participação do primeiro-ministro de Portugal, António Costa, e o presidente da Federação Nacional de Futebol, Fernando Gomes.

Também nesta segunda-feira, antes do lançamento, ocorreu uma conferência com o tema “Pensa Global, Atua local – Promovendo a Atividade Física nos Municípios Através da Marcha e do Ciclismo”.

Participaram neste evento o diretor-geral da OMS, o secretário de Estado da Saúde de Portugal, Fernando Araújo, e responsáveis da área da saúde e administração local de vários países.

Os eventos aconteceram no Centro Desportivo Nacional do Jamor, em Alges.

Objetivos

Este novo plano foi aprovado pelo Assembleia Mundial da Saúde a 24 de maio deste ano, em Genebra, na Suíça.

Segundo uma nota da OMS, a iniciativa “oferece aos países uma lista de ações prioritárias, para resolver vários fatores culturais, ambientais, e individuais que influenciam o sedentarismo”.   

Estas ações estão ligadas a quatro grandes objetivos, que se centram em criar sociedades e ambientes ativos. A principal meta do plano é reduzir a taxa de falta de atividade física entre adolescentes e adultos em 15% até 2030.

Importância

Segundo a OMS, um em cada cinco adultos e quatro em cada cinco adolescentes não se exercitam de forma suficiente.

Meninas, mulheres, idosos e pessoas de baixa renda fazem menos exercícios.

Este também é o caso de pessoas com doenças crônicas, deficiências e povos indígenas.

Custos

A agência da ONU diz que “os custos financeiros são enormes”. Em todo o mundo, a inatividade física custa cerca de US$ 54 bilhões em gastos diretos com cuidados de saúde. Deste valor, 57% é custeado pelo setor público. Outros US$ 14 bilhões devem-se à perda de produtividade.

A atividade física regular é chave para prevenir e tratar doenças do coração, acidentes vasculares encefálicos, diabetes e cancro de mama e do colón. Estes tipos de doenças crônicas são responsáveis por 71% de todas as mortes anuais, incluindo a morte de 15 milhões de pessoas com menos de 70 anos.

 

Apresentação: Alexandre Soares