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ONU diz que ataques no Oriente Médio foram os mais sérios desde 2014

O coordenador especial da ONU disse que os ataques não causaram mortos ou feridos graves.
ONU/Eskinder Debebe
O coordenador especial da ONU disse que os ataques não causaram mortos ou feridos graves.

ONU diz que ataques no Oriente Médio foram os mais sérios desde 2014

Paz e segurança

Coordenador especial para o Processo de Paz no Oriente Médio disse que violência desta semana mostra quão próxima a região pode estar de uma guerra.

O coordenador especial para o Processo de Paz no Oriente Médio, Nickolay Mladenov, disse esta quarta-feira que os ataques desta semana “foram a escalada mais séria entre o Hamas e Israel desde o conflito de 2014”. Segundo ele, esta violência serviu de “aviso de quão perto estamos da guerra todos os dias”.

Mladenov falava numa reunião do Conselho de Segurança, pedida pelos Estados Unidos, para discutir os ataques aéreos entre Gaza e Israel esta semana.

Ataques

O coordenador especial citou as Forças de Defesa de Israel para dizer que, entre 28 e 30 de maio, 216 projéteis foram disparados desde Gaza em direção a Israel.

A maioria foi interceptada pelo sistema de defesa israelense, mas um atingiu uma pré-escola perto de Gaza e outro danificou uma casa. Nenhum dos ataques causou baixas ou ferimentos graves.

Em resposta a estes ataques, a Força Aérea do país realizou 65 ataques sob alvos do Hamas e da Jihad em Gaza e destruiu um túnel de 2 km. Também não houve mortos ou feridos graves.

Condenação

Mladenov disse que “esses ataques são completamente inaceitáveis” e que “o disparar de foguetes e morteiros contra civis não pode ser justificado sob qualquer circunstância”.

O coordenador especial pediu que a comunidade internacional e as Nações Unidas “condenem sem errar estes ataques e a escalada perigosa em Gaza”.

Mladenov acredita que estes acontecimentos “não podem ser separados do contexto de dois meses de protesto na cerca em Gaza, com cerca de 110 palestinos mortos e largos números de feridos”.

Acalmar

O responsável disse que, desde as primeiras horas de quarta-feira, a situação tinha acalmado. Nenhum projétil tinha sido lançado, por ambos os lados, desde às 5 da manhã. Para Mladenov, é “imperativo que este período de calma seja preservado a todo o custo”.

Segundo ele, “ninguém tem o direito de brincar com as vidas de dois milhões de pessoas que passaram pelo inferno na última década e ninguém deve viver com medo de um ataque de foguete indiscriminado”.

Processo de paz

O responsável afirmou que é preciso implementar, de imediato, projetos de paz passados, recuperar esforços para responsabilizar os governos, manter os termos do cessar-fogo de 2014 e parar a escalada militar. Segundo ele, a ONU deve “imediatamente aumentar a sua presença e capacidade” para melhorar a coordenação entre Israel, Egito e Autoridade Palestiniana. 

Mladenov acredita que “este plano é a única forma sustentável de garantir que não se desliza novamente para outro conflito arrasador”.

 

Apresentação: Alexandre Soares