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Crise na República Centro-Africana é de “partir o coração” BR

Coordenadora humanitária da ONU, Najat Rochdi
Foto: Ocha CAR/Yaye N. SENE
Coordenadora humanitária da ONU, Najat Rochdi

Crise na República Centro-Africana é de “partir o coração”

Ajuda humanitária

Declaração é da coordenadora humanitária da ONU no país; Najat Rochdi explica que índice de mortalidade infantil é de 18% e uma entre quatro pessoas está deslocada.

A situação humanitária na República Centro-Africana, que já era séria, piorou com a escalada da violência, que ameaça dominar todo o país. A declaração foi feita nesta segunda-feira pela coordenadora humaniária da ONU na República Centro-Africana.

De acordo com Najat Rochdi, uma entre quatro pessoas está deslocada e a taxa de desnutrição severa em seis regiões chega a 15%. Já o índice de mortalidade infantil está a 18%.

Durante conversa com jornalistas em Genebra, na Suíça, ela afirmou ficar “de coração partido toda vez que uma criança” lhe diz que está com fome.

Crianças famintas

Rochdi explicou que é “horrível ouvir de meninos e de meninas que estão famintos, passando fome”. Ela lamenta a piora na situação do país, porque em um ano houve aumento de 70% no número de deslocados internos.

Para que ONU e parceiros possam ajudar 1,9 milhão de pessoas na República Centro-Africana, são necessários mais de US$ 515 milhões, mas apenas 20% do montante foi financiado até agora. Os confrontos entre forças do governo e milícias rebeldes muçulmanas ou cristãs continuam.

O país é rico em recursos naturais como diamante, ouro e urânio, bens que acabam causando os conflitos.

Perigos

No início de maio, a violência alcançou a capital Bangui e durante um incidente entre forças de segurança nacionais e milícia armada, 70 pessoas morreram.

Segundo Rochdi, a República Centro-Africana é atualmente um dos locais mais perigosos do mundo para os trabalhadores humanitários.

Cerca de 70% das famílias não têm acesso à água potável e 80% fazem suas necessidades ao relento.

Aproximadamente 670 mil pessoas estão deslocadas, além de 580 mil refugiados em países vizinhos como Camarões e Chade.