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Chefe da ONU apresenta propostas para proteger civis em conflitos

António Guterres no Conselho de Segurança.
ONU/Loey Felipe
António Guterres no Conselho de Segurança.

Chefe da ONU apresenta propostas para proteger civis em conflitos

Paz e segurança

Conselho de Segurança reuniu-se esta terça-feira para discutir a proteção de civis em conflitos armados; António Guterres anunciou conclusões de novo relatório sobre o tema.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse esta terça-feira que “a forma mais eficiente de proteger civis é prevenir conflitos e acabar com eles.”

É por isso, explicou o chefe da ONU, que “a prevenção de conflitos, a sua resolução, e a construção da paz são, e vão continuar a ser, as mais altas prioridades para o Sistema das Nações Unidas.”

Vítimas

O secretário-geral participou num debate de nível ministerial no Conselho de Segurança, em Nova Iorque. O presidente do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, Yves Daccord, também esteve presente. A ativista pelos direitos das mulheres iraquiana Hanaa Edwar  foi a representante da sociedade civil. 

No seu discurso, Guterres afirmou que conflitos “em todo o mundo estão causando um horror incessante e sofrimento para milhões de civis mulheres, meninas, homens e rapazes.”

Neste momento, mais de 28 milhões de pessoas precisam de ajuda humanitária imediata. No ano passado, a ONU registrou morte e ferimento de 26 mil pessoas em seis países em conflito: Afeganistão, República Centro-Africana, República Democrática do Congo, Iraque, Somália e Iêmen.

O presidente do Comitê Internacional da Cruz Vermelha escreveu no Twitter, em inglês, que a melhor forma de reduzir o sofrimento é defendendo o princípio da humanidade.

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Sofrimento

Além de mortes e ferimentos, o secretário-geral disse que as pessoas “são sujeitas a horríveis violações de direitos humanos, incluindo estupro e outros tipos de violência sexual.” Guterres acredita que “as consequências destes ataques ficam com os sobreviventes para o resto das suas vidas.”

Os conflitos também causam deslocamentos forcados e insegurança alimentar. Dez das 13 crises alimentares do ano passado foram geradas por conflitos.

Mas para o chefe da ONU, existem razões para se ter esperança. Segundo ele, “há um reconhecimento crescente de que o respeito pela lei humanitária internacional e de direitos humanos contribui para reduzir o conflito e combater o terrorismo.”

Recomendações

O secretário-geral apresentou também as principais conclusões do relatório “Proteção de Civis em Conflitos Armados”. Segundo ele, o documento recomenda três ações para resolver este problema.

Primeiro, todos os governos devem ter estratégias para proteger civis em conflitos. Segundo, os Estados devem cooperar com a ONU e outras organizações para dialogar com grupos armados não-estatais. Por fim, os países devem apoiar o ativismo nesta área e assegurar que todas as violações sejam responsabilizadas com o objetivo de acabar com o clima de impunidade.

Guterres concluiu dizendo que “estas medidas são vitais não só para salvar vidas, mas para preservar a nossa humanidade comum.”

O chefe da ONU também lembrou a campanha “Not a Target”, não sou um alvo, numa tradução livre para português, que foi lançada no Dia Mundial Humanitário no ano passado.

 

Apresentação: Alexandre Soares