OMS reune de emergência para discutir surto de ebola na RD Congo
Confirmação de caso em cidade congolesa de 1,2 milhão de pessoas fez soar o alerta; reaparecimento da doença já causou 25 mortos.
A Organização Mundial da Saúde, OMS, realizou uma reunião de emergência esta sexta-feira para discutir o recente surto de ebola na República Democrática do Congo, RD Congo.
O Comitê de Regulações de Saúde, em Genebra, aconselhou o diretor da OMS a não declarar a situação de emergência de saúde pública de interesse internacional.
Maior risco
Neste momento, a OMS também não aconselha qualquer restrição de viagem ou comércio para o país.
Numa mensagem pubicada no Twitter, em inglês, o diretor da OMS, Tedros Ghebreyesus, disse que o país "precisa de apoio e solidariedade."
Ghebreyesus convocou a reunião depois de ser confirmado um caso em Mbandaka, uma cidade com cerca de 1,2 milhão de pessoas.
O centro urbano fica próximo de um rio que passa por dois países e de vias terrestres e aéreas, o que aumenta o risco de transmissão aos países vizinhos.
O Ministério de Saúde da RD Congo declarou a existência de um novo surto a 8 de maio. Este é o nono surto no país nas últimas quatro décadas.
Até ao momento, foram relatados 45 casos da doença, incluindo 25 mortes.
A nível nacional, a agência da ONU coloca o nível de risco para a saúde pública em muito alto e a nível regional em alto. A nível global, o risco é baixo.
Fronteiras
Também esta semana, a Organização Internacional para Migrações, OIM, começou a ajudar o governo da RD Congo rastrear o ebola nas travessias de fronteira.
No sábado, a agência apoia o envio de equipas de epidemiologistas e médicos para 16 pontos de entrada do país. Estes profissionais vão estabelecer centros de prevenção e controlo, com um sistema de acompanhamento dos viajantes doentes.
Os viajantes também vão receber informação sobre o vírus e as melhores formas de se proteger contra a doença.
O chefe da OIM no país, Jean-Philippe Chauzy, diz que “ajudar a combater o alastrar o ebola através das fronteiras internacionais só será possível com mais financiamento de dadores. ”
Chauzi explica que “as equipas e recursos já estão no limite, respondendo às necessidades humanitárias que resultam do conflito e do surto de ebola. ”
Apesar das dificuldades, o responsável diz que o país “já provou ter experiência em conter o surto e a comunidade internacional aprendeu com respostas anteriores.
Apresentação: Alexandre Soares