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Enviado para a Síria alerta para “escalada preocupante” do conflito

Enviado especial da ONU para a Síria, Staffan de Mistura. Foto: ONU/ Jean-Marc Ferré

Enviado para a Síria alerta para “escalada preocupante” do conflito

Paz e segurança

Conselho de Segurança discutiu situação no país; ataques a centros de saúde já causaram mais mortes nos primeiros meses deste ano do que em todo 2017.

O enviado especial do secretário-geral para a Síria, Staffan de Mistura, alertou esta quarta-feira para uma “escalada preocupante” do conflito no país. O mediador falava ao Conselho de Segurança via videoconferência a partir de Genebra.

O representante afirmou que as notícias recentes de combates envolvendo Israel e o Irão são sinais de “uma situação que não se vê na região desde 1973. ”

Apelo

De Mistura também lembrou o apelo do secretário-geral, António Guterres, para que seja criado um mecanismo que lide com as alegações de uso de armas químicas na Síria.

O enviado deixou um aviso sobre a cidade de Idlib. Segundo ele, “se a situação ficar semelhante ao que foi visto em Ghouta Oriental, pode ser seis vezes pior, afetando mais de dois milhões de pessoas. ”

O representante informou que as discussões desta semana na capital do Cazaquistão, Astana, com Estados com influência no processo, incluíram esforços para evitar o pior cenário possível em Idlib.

No final do seu discurso, De Mistura disse que é importante recomeçar as negociações políticas para encontrar uma solução para o conflito. Segundo ele, a ONU “continua pronta para facilitar discussões” entre o governo de Damasco, a oposição e a sociedade civil.  

Crise

Também esta quarta-feira, o Escritório da ONU para Coordenação de Assistência Humanitária, Ocha, disse que os ataques a centros de saúde na Síria continuam a uma velocidade sem precedentes em 2018.

O ataque ao Hospital Central de Idlib, no fim de semana passado, foi o 92ª. ação a um centro de saúde este ano.

Neste momento, o número de mortos durante ataques a hospitais já ultrapassou os de 2017. Em todo o país, morreram 89 pessoas e 135 ficaram feridas.

No ano passado, 73 pessoas perderam a vida e 149 contraíram ferimentos em 112 ataques.  

Apresentação: Alexandre Soares