Perspectiva Global Reportagens Humanas

Fim de conflitos violentos baixaria para metade gastos com ajuda alimentar

Conflitos, como o que afetou o Iraque, são a principal causa da necessidade de ajuda alimentar.
PMA/Mohammed Al Bahbahani
Conflitos, como o que afetou o Iraque, são a principal causa da necessidade de ajuda alimentar.

Fim de conflitos violentos baixaria para metade gastos com ajuda alimentar

Ajuda humanitária

Relatório do Programa Mundial de Alimentos, PMA, estuda causas de crises alimentares; melhor prevenção pouparia US$ 3 bilhões todos os anos; Moçambique e Guiné-Bissau são países lusófonos que mais receberam esta ajuda entre 2009 e 2016. 

O fim dos conflitos violentos baixaria para metade os gastos com ajuda alimentar no mundo, segundo um novo relatório do Programa Mundial de Alimentos, PMA.

O documento “Assistência Alimentar Mundial: Prevenindo Crises Alimentares”, estuda as mais recentes crises alimentares, avaliando o que causa o seu começo, o que determina a sua escala e como podem ser prevenidas.

Lusófonos

O estudo também apresenta a média de gastos do PMA em assistência alimentar para todos os Estados-membros entre 2009 e 2016.

Angola recebeu uma média anual de US$ 23,9 mil, seguida de Cabo Verde com   US$ 261 mil, e Timor Leste com US$ 3,9 milhões. Guiné-Bissau, com cerca de US$ 19,8 milhões, e Moçambique, com US$ 20,5 milhões, são os países lusófonos que mais beneficiaram do tipo de ajuda.  

Moçambique é o país lusófono que mais beneficiou desta ajuda.
FAO/Paballo Thekiso
Moçambique é o país lusófono que mais beneficiou desta ajuda.

Conflitos

Segundo o relatório do PMA, “a fome crónica aumenta em todo o mundo e as crises alimentares crescem e se intensificam”

Uma das conclusões do estudo é que a melhoria de apenas um ponto no Índice de Estabilidade Política e Ausência de Violência, publicado pelo Banco Mundial, permitiria poupar quase US$ 3 bilhões.

Na Síria, o PMA pouparia US$ 300 milhões, no Iêmen US$ 205 milhões e na Somália, US$ 85 milhões.

Mudanças

O chefe de Sistemas Alimentares do PMA, Steven Were Omamo, disse que “acabar com o conflito é vital, mas a prevenção de crises alimentares também exige investimentos a longo prazo em educação, infraestrutura e crescimento económico.”

Omamo explicou que “aumentos do rendimento per capita ajudam a limitar a escala das crises alimentares, mas mesmo países de renda baixa podem prevenir crises fazendo alguns investimentos.”

O relatório cita choques climáticos, fome e subnutrição crónicas, maus sistemas alimentares, e estruturas políticas, sociais e económicas como as principais causas das crises alimentares. Se estes problemas fossem resolvidos, a despesa anual do PMA cairia 5 bilhões.

Segundo o documento, “o dinheiro poupado poderia ser gasto em iniciativas de desenvolvimento de longo prazo para melhorar as vidas dos mais vulneráveis.”

 

Apresentação: Alexandre Soares