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Banco Mundial avalia desastres do passado para minimizar danos no futuro

Erupções de vulcões, como este na República Democrática do Congo, são um dos desastres naturais analisados.
Acnur/F.Noy
Erupções de vulcões, como este na República Democrática do Congo, são um dos desastres naturais analisados.

Banco Mundial avalia desastres do passado para minimizar danos no futuro

Clima e Meio Ambiente

Foco de novo estudo são catástrofes naturais para melhorar proteção de pessoas e infraestruturas; México acolhe especialistas globais para debater risco na próxima semana.

Grandes desastres do passado, como a erupção do Vesúvio em 79 d.C. ou o furacão que arrasou Santo Domingo em 1930, oferecem lições importantes aos governos de hoje sobre como proteger as suas comunidades.

A conclusão é de um relatório do Banco Mundial, que também analisa o impacto que estas catástrofes teriam se acontecessem atualmente.

Exemplos

Um dos exemplos do estudo é a erupção do Monte Tambora, na Indonésia, que em 1815 matou mais de 70 mil pessoas.

As partículas do vulcão cobriram o céu de tal forma que as temperaturas mundiais baixaram 3 graus durante um ano. A falta de sol arrasou colheitas na China, na Europa e na América do Norte, provocando fome em vários países.

Se o desastre acontecesse nos dias de hoje, seria numa região com uma população 10 vezes maior. O relatório explica ainda que “o trafego aéreo seria restrito numa grande área e reduziria a produção global de comida. ”

A vice-presidente do Banco Mundial para o Desenvolvimento, Laura Tuck, afirmou que “com o aumento significativo dos níveis de população e urbanização, as cidades e comunidades estão muito mais expostas ao risco.” Segundo ela, “olhar para os desastres do passado pode ajudar a fazer planos para um futuro mais resiliente. ”

O estudo analisou dois terramotos no México, como este que aconteceu em setembro de 2017, e que destruíu a casa de Iker, 9 anos, e Yeimire, de 6.
Unicef/UN0125939/Solís
O estudo analisou dois terramotos no México, como este que aconteceu em setembro de 2017, e que destruíu a casa de Iker, 9 anos, e Yeimire, de 6.

Mais risco

As previsões mostram que, em 2050, o aumento da população e a rápida urbanização vão colocar 1,3 bilhões de pessoas em risco e haveria uma ameaça de perda económica de US$ 158 trilhões devido a cheias.

O relatório analisa ainda a vulnerabilidade da infraestrutura elétrica digital. Um dos exemplos apontados é a tempestade solar de 1859, também conhecida como Evento Carrington. A calamidade afetou as redes telegráficas na Europa e América do Norte em 1859  --- .

O relatório também compara dois terremotos na Cidade do México, em 1985 e 2017, para “explicar a importância de integrar várias intervenções para mitigar o risco, desde alertas a tempo a melhores práticas de resposta e proteção financeira. ”

O documento afirma que países de baixa renda sofrem mais com estes desastres. É por isso, explicam os autores do relatório, que estas comunidades “vão beneficiar mais de melhorias na comunicação sobre risco, incluindo sobre modelos de previsão.”

Fórum

O estudo foi lançado em antecipação do Fórum de Entendimento sobre o Risco, que acontece na Cidade do México entre 16 e 18 de maio.

O encontro vai reunir 800 especialistas e líderes mundiais para debater novas formas de lidar com o risco.

 

Apresentação: Alexandre Soares.