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Mais de 140 milhões de crianças não recebem suplemento de vitamina A

A vitamina A ajuda a manter o sistema imunológico saudável e uma boa visão
Unicef/UN0205064/Pirozzi
A vitamina A ajuda a manter o sistema imunológico saudável e uma boa visão

Mais de 140 milhões de crianças não recebem suplemento de vitamina A

Saúde

Cobertura está no nível mais baixo dos últimos seis anos; número de crianças sem suplementação mais do que triplicou nos países com alta mortalidade até aos cinco anos.

Durante o ano de 2016, apenas 64% das crianças com necessidade de países prioritários receberam a dose necessária de vitamina A, anunciou o Fundo da ONU para a Infância, Unicef.

Cerca de 140 milhões de crianças ficaram para trás, segundo a agência da ONU, que aponta uma queda da cobertura para mais de metade nos países que mais precisam.

Soar o alarme

O número de crianças excluídas em nações com alta mortalidade mais do que triplicou. Em 2015, eram 19 milhões e no ano seguinte passaram para 62 milhões.

O Unicef publicou um relatório esta quarta-feira com o título “Cobertura numa encruzilhada: novas direções para os programas de suplementação da vitamina A”. Segundo a agência, o objetivo é “fazer soar o alarme. ”

Programas

A agência da ONU lembra que esforços feitos desde o ano 2000 tinham permitido melhorias dramáticas, contribuindo para a descida da mortalidade infantil. Mas a cobertura está agora no nível mais baixo dos últimos seis anos. O Unicef afirma que estes programas “estão em risco. ”

Estas falhas “deixam mais de um terço das crianças desprotegidas perante os efeitos devastadores da deficiência de vitamina A.” A situação é mais preocupante na África Central e Ocidental, onde a cobertura apenas chegou a metade das crianças que precisam.

Funcionários da Unicef assistem crianças na Papua Nova Guiné.
Unicef/Bell
Funcionários da Unicef assistem crianças na Papua Nova Guiné.

Salvar vidas

Para crianças entre os seis meses e os cinco anos de idade, duas doses anuais de vitamina A aumentam as expectativas de sobrevivência. A suplementação oferece proteção contra cegueira e diminuiu o risco de morte por sarampo ou diarreia, por exemplo.

O Unicef adianta que, “como todas as formas de subnutrição, esta deficiência é um marcador de desigualdade. ” Esta suplementação “oferece às crianças mais vulneráveis uma melhor hipótese de sobreviver, desenvolver e prosperar. ”

Reforma

O Unicef destaca que “é preciso tornar estes programas sustentáveis, mesmo quando as fontes de financiamento mudam e as plataformas de distribuição alteram-se ou deixam de existir. ”

A agência acredita que a melhor estratégia é garantir que os programas fazem parte da abordagem mais ampla dos sistemas de saúde, integrando o seu planeamento, financiamento e prestação de serviços.

O Unicef lembra ainda que deficiência em vitamina A pode ser resolvida com uma dieta equilibrada. Mas até isso ser uma realidade para todas as crianças, a agência diz que essa suplementação continuará “uma ferramenta poderosa para salvar vidas.”

 

Apresentação: Alexandre Soares