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Região grega recebe somente em abril o equivalente a mais da metade de refugiados de todo ano passado

Menina síria em um acampamento para refugiados nos arredores de Lesvos, na Grécia.
Foto Unicef: Gilbertson VII Photo
Menina síria em um acampamento para refugiados nos arredores de Lesvos, na Grécia.

Região grega recebe somente em abril o equivalente a mais da metade de refugiados de todo ano passado

Migrantes e refugiados

Acnur quer melhores cuidados e informação sobre asilo; centros de detenção estão superlotados e abrigam crianças; num deles, mais de 500 pessoas contam com apenas um médico da unidade policial.

Cerca de 2,9 mil refugiados chegaram este mês à região grega de Evros após cruzarem a fronteira com a Turquia. A Agência da ONU para Refugiados, Acnur, disse que as entradas em abril equivalem à metade das entradas de todo o ano de 2017.

Os dados do Acnur indicam ainda que entrou mais gente por terra que pelo mar. A maioria é de famílias sírias e iraquianas para as quais a agência pede que o governo grego “melhore com urgência as suas condições e aumente a capacidade de recepção”.

Travessia

Centenas de pessoas estão detidas em centros da polícia e pelo menos oito morreram desde o início do ano quando tentavam atravessar o rio Evros.

O aumento de recém-chegados coloca pressão sobre o Centro de Recepção e Identificação de Evros. Num único local, situado em Fylakio, os refugiados superam o dobro da capacidade de abrigo. Pelo menos 120 crianças desacompanhadas e separadas estão vivendo ali.

A situação atrasa a identificação dos refugiados, o registro e a prestação de serviços como assistência médica e psicossocial. Muitas crianças aguardam em locais de detenção por um espaço.

Serviços

Há mais de três meses, o Acnur tem chamado à atenção para a situação dos serviços limitados. Um dos exemplos são famílias que se deitam no chão perto de uma série de celas.

Existe apenas um médico e quatro enfermeiras para atender mais de 500 pessoas. Nessas condições, vivem centenas de refugiados como grávidas, crianças pequenas pessoas que precisam de cuidados médicos e psicossociais.

Recentemente, as autoridades gregas libertaram mais de 2,5 mil pessoas. A preocupação do Acnur é com o processo de seleção e a divulgação de informações adequadas sobre asilo e outras opções.

 A agência quer que a situação seja urgentemente resolvida para permitir o acesso dos refugiados a melhores cuidados e aos procedimentos de asilo.