ONU e União Europeia arrecadam 4,4 bilhões para ajudar a Síria

Secretário-geral da ONU, António Guterres, diz que “escala de necessidades humanitárias na Síria continua a ser desconcertante”; investigadores da Organização para Proibição de Armas Químicas, Opaq, recolheram amostras em local de suposto ataque químico.
Uma conferência de doadores para a Síria, encerrada nesta quarta-feira, em Bruxelas, arrecadou cerca de US$ 4,4 bilhões em auxílio para este ano. Mais de 30 países e organizações presentes também prometeram US$ 3,4 bilhões para o próximo ano.
O subsecretário-geral para Assuntos Humanitários agradeceu a contribuição dos 36 doadores. Mark Lowcock disse que estes valores “são um bom começo” e que “farão uma diferença verdadeira na vida dos sírios apanhados por esta crise horrível.”
Durante a conferência, o secretário-geral disse em mensagem de vídeo que “a escala de necessidades humanitárias na Síria continua a ser desconcertante.”
Apesar das dificuldades no processo de paz, o chefe da ONU afirmou que existem boas notícias. No recente retiro do Conselho de Segurança, que aconteceu na Suécia, Guterres sentiu “um forte compromisso” dos Estados-membros em melhorar a situação.
O secretário-geral também pediu que “a notável generosidade demonstrada pelos doadores humanitários no ano passado fosse sustentada e, se possível, aumentada.”
Ainda sobre a Síria, os investigadores da Organização para Proibição de Armas Químicas, Opaq, entraram esta quarta-feira no segundo local, em Duma, onde aconteceu um suposto ataque químico.
Segundo a Opaq, os investigadores recolheram amostras e vão agora analisá-las no seu laboratório em Rijswik, na Holanda.
Mais de 70 pessoas morreram durante o alegado ataque químico, em 7 de abril. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, OMS, cerca de 500 pessoas ficaram feridas.
Também hoje, a secretária-geral assistente para os Assuntos Humanitários, Ursula Mueller, informou o Conselho de Segurança sobre a situação no país. Na sua comunicação, Mueller disse estar preocupada com os materiais médicos que continuam a ser retirados da ajuda humanitária entregue pela ONU.
A ONU e os seus parceiros precisam de US$ 3,51 bilhões para ajuda humanitária a 13,1 milhões de pessoas este ano.
Para ajudar os refugiados que estão nos países vizinhos, são precisos US$ 5,6 bilhões. Até dia 15 de abril, apenas 14,6% destas necessidades estavam cobertas.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, OMS, existem 17 milhões de homens, mulheres e crianças vulneráveis no país.
A agência disse que “as pessoas são incapazes de obter cuidados de saúde básicos, que podem salvar vidas, sem ser expostos a riscos significantes todos os dias. ”
Segundo a OMS, menos de metade das unidades de saúde estão completamente operacionais. Além disso, continuam os ataques indiscriminados. Em 2018, unidades de saúde já foram atacadas 74 vezes.
Apresentação: Monica Grayley.