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Banco Mundial apoia integração do mercado de energia na África Ocidental

Na África Ocidental, o quilowatt/hora custa US$ 0,25, mais que o dobro da média global.
ONU/Evan Schneider
Na África Ocidental, o quilowatt/hora custa US$ 0,25, mais que o dobro da média global.

Banco Mundial apoia integração do mercado de energia na África Ocidental

Desenvolvimento econômico

Instituição financia construção de linhas de transmissão para conectar 14 países incluindo a Guiné-Bissau; na região, um dos principais desafios do setor é criar um ambiente comercial e regulatório sólido.

Com financiamento do Banco Mundial, 4.000 quilômetros de linhas de transmissão de energia estão sendo construídos em 14 países da África Ocidental, incluindo a Guiné-Bissau. A previsão é de que, no começo da próxima década, as ligações transfronteiriças mais críticas estejam em funcionamento.

Assim, a eletricidade poderá fluir em toda essa região, de países com recursos energéticos mais baratos, limpos e abundantes para aqueles que não os têm.

Empresas Nacionais

Esse trabalho faz parte da aliança que o Banco tem, desde 2005, com o Consórcio de Energia da África Ocidental ou WAPP, na sigla em inglês. Atualmente, o Banco apoia o grupo com US$ 750 milhões.

Os outros países que fazem parte do consórcio são Benin, Burkina Faso, Costa do Marfim, Gâmbia, Gana, Guiné Conacri, Libéria, Mali, Níger, Nigéria, Senegal, Serra Leoa e Togo. E, além deles, 27 empresas nacionais de eletricidade, que trabalham para criar um mercado regional integrado.

Economia

Dez desses países já estão conectados e eles atualmente comercializam cerca de 7% da energia da região. Com mais integração, seria possível economizar de US$ 5 a US$ 8 bilhões por ano e enfrentar uma série de problemas.

Na África Ocidental, o quilowatt/hora custa US$ 0,25, mais que o dobro da média global. Ainda assim, a eletricidade é pouco confiável: só alcança 52% da população. Mesmo quem dispõe dela vive com escassez de até 80 horas por mês.

Investimento

Um mercado conectado permitirá às pequenas economias ter acesso a eletricidade confiável e mais barata. Hoje, elas muitas vezes não conseguem atrair investimentos de grande escala. 

E para todos os países da África Ocidental, não importa o tamanho, ter um mercado comum também ajudará a diminuir a dependência do petróleo e outros combustíveis fósseis e poluentes.

Medidas Políticas

Conectar os mercados de energia da região, no entanto, vai muito além da infraestrutura. Também exige medidas políticas e regulatórias, por exemplo, para evitar que alguns países fiquem inadimplentes.

O atraso no pagamento das contas se tornou um desafio tão grande que exigiu uma força-tarefa do Consórcio, o qual recomendou algumas ações para melhorar a confiança no mercado de energia regional. Entre elas, fortalecer contratos e fornecer garantias.

Outro ponto importante é melhorar o desempenho das empresas de energia para impulsionar a qualidade dos serviços e o intercâmbio regional.

 

Apresentação: Mariana Ceratti, do Banco Mundial em Washington para a ONU News*