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Pequenas hortas em Bangladesh ajudam na nutrição de milhares de rohingyas

Refugiados rohingya atravessam o assentamento de Balukhali em Cox Bazar, no Bangladesh.
Unicef/UN0120426/Brown
Refugiados rohingya atravessam o assentamento de Balukhali em Cox Bazar, no Bangladesh.

Pequenas hortas em Bangladesh ajudam na nutrição de milhares de rohingyas

Migrantes e refugiados

Agências da ONU alertam que mais de 40 mil pessoas precisam de apoio em áreas afetadas pela crise de refugiados de Mianmar; mulheres lideram metade das famílias beneficiárias de kits de produção.

Agências da ONU anunciaram que oferecem kits de hortaliças a milhares de famílias de refugiados rohingya para combater a desnutrição e melhorar a sua dieta em Cox's Bazar, em Bangladesh.

Grande parte das 700 mil pessoas que nos últimos sete meses deixaram o estado de Rakhine, em Mianmar, sofrem de desnutrição devido à pobreza e à discriminação.

Dieta

Atualmente estas dependem de rações que incluem arroz, lentilhas, óleo de cozinha e temperos distribuídos por agências de auxílio a cada duas semanas. Essas entidades destacam que os refugiados, especialmente crianças menores de cinco anos, precisam urgentemente diversificar a sua dieta.

A Organização Internacional para Migrações, OIM, e a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, distribuem 50 mil kits a beneficiários que incluem famílias locais sem acesso a alimentos diversos e nutritivos.

A iniciativa pretende distribuir sementes e ferramentas a 25 mil residentes de acampamentos. Outros 25 mil beneficiários vivem em aldeias anfitriãs dos subdistritos de Ukhiya e Teknaf.

Mulheres

O programa que promove a horticultura e a produção em larga escala entre os agricultores locais tem o valor de US $ 3 milhões. Quase metade das famílias que recebem os kits são chefiadas por mulheres.

O coordenador de emergência da OIM em Cox's Bazar, Manuel Pereira, disse que sete meses após o início da crise “não são apenas os refugiados, mas também a comunidade anfitriã que precisa de ajuda”.

Ele destacou que o ritmo do fluxo dos refugiados coloca “enorme pressão sobre a agricultura local e a cadeia de abastecimento alimentar”.

Comunidades

De acordo com o representante, pelo menos 400 mil pessoas que incluem refugiados e comunidades locais precisam atualmente de apoio nutricional.

Os kits incluem alimentos como amaranto vermelho, espinafre com alto teor de ferro, feijões e sementes de abóbora. Também são oferecidos utensílios como pás, regadores e recipientes para guardar alimentos e evitar perdas na próxima estação chuvosa.

O programa também oferece formação aos beneficiários em técnicas de produção nas pequenas hortas.

Apresentação: Eleutério Guevane.