Segurança do espaço e não-proliferação nuclear são foco da Comissão do Desarmamento
Assuntos da ONU
Sessão 2018 começou nesta segunda-feira; embaixador brasileiro da ONU lamenta que após 70 anos, o desarmamento nuclear continue sendo questão não resolvida; país acredita que espaço deve servir apenas para exploração científica pacífica.
Começou esta segunda-feira, a sessão 2018 da Comissão do Desarmamento da ONU. Os debates seguem até 20 de abril, focando em dois temas: não-proliferação nuclear e segurança do espaço.
No primeiro dia de discussões, o Brasil foi um dos países a apresentar suas visões sobre os dois assuntos. Em Nova Iorque, o embaixador brasileiro na ONU lamentou que depois de mais de 70 anos, o desarmamento nuclear continue sendo uma questão não resolvida na agenda da Comissão.
Aumento das tensões
Segundo Mauro Vieira, o Brasil acredita que a Comissão do Desarmamento deveria focar em três aspectos sobre desarmamento nuclear: transparência, irreversibilidade e verificação.
O embaixador destacou que a “existência de armas nucleares aumenta as tensões no mundo, alimenta suspeitas e dificulta a cooperação entre países”.
Vieira lembrou que eliminar esse tipo de armamento é uma obrigação dos países signatários do Tratato de Não-Proliferação Nuclear, mas também uma “obrigação moral e ética a toda a comunidade internacional”.
Espaço
Sobre o outro assunto da agenda da Comissão do Desarmamento da ONU, o embaixador brasileiro acredita que não existe melhor momento do que este para discutir a prevenção de uma corrida armamentista no espaço.
Vieira afirmou que para o Brasil, o espaço deve continuar sendo um “ambiente para exploração pacífica e científica para o bem da humanidade”.
Segundo ele, a situação de segurança global é complexa, com muitos desafios, mas o embaixador lembrou que mesmo em momentos críticos, a Comissão do Desarmamento conseguiu adotar recomendações e Mauro Vieira espera que o mesmo seja alcançado nesta sessão do grupo.
A Comissão do Desarmamento da ONU foi criada pela Assembleia Geral em 1952, com o mandato de criar um tratado para regulamentar, limitar e reduzir o uso de todos os armamentos, incluindo a eliminação de armas de destruição em massa.