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Acnur e parceiros pedem US$ 64 milhões para integrar refugiados em Angola

Refugiados da região de Kassai, na República Democrática do Congo, chegam a Lóvua, no norte de Angola.
Acnur/Rui Padilha
Refugiados da região de Kassai, na República Democrática do Congo, chegam a Lóvua, no norte de Angola.

Acnur e parceiros pedem US$ 64 milhões para integrar refugiados em Angola

Migrantes e refugiados

Agência da ONU quer apoiar ações das autoridades angolanas; província da Lunda Norte acolhe mais de 35 mil refugiados congoleses; necessidades por cobrir incluem proteção, saúde, higiene, educação e abrigo.

Angola precisa de US$ 64 milhões para apoiar esforços do governo para responder à emergência dos refugiados vindos da região do Kassai na República Democrática do Congo, RD Congo, e vivem na província da Lunda Norte.

As 53 vilas para abrigar os congoleses podem ser expandidas com o montante que também prevê a preparação para um eventual influxo de pessoas do território congolês. A movimentação de cidadãos do Kassai para Angola começou há um ano.

Doadores

A ONU News conversou esta quinta-feira com a encarregada de Relações Externas da Agência da ONU para os Refugiados, Acnur, em Angola. Margarida Loureiro declarou que o valor pode melhorar a integração entre os nacionais e os refugiados.

“Os doadores tiveram uma generosidade imensa. Eles doaram praticamente US$ 30 milhões quando foi a situação de emergência e houve um influxo de 35 mil de pessoas para uma província que não estava preparada. A população e o governo angolanos agiram sem meios e deram tudo o que tinham de forma excecional. Agora, mais do que nunca, esses fundos vão permitir que se passe de uma situação de emergência para desenvolvimento.”

Lóvua

O Acnur lançou o apelo com 22 agências das Nações Unidas e não-governamentais parceiras. Margarida Loureiro explica por que novos empreendimentos em áreas como o assentamento do Lóvua, no norte, seriam benéficos tanto aos nacionais como aos recém-chegados.

“Existe um influxo de refugiados e a população local também é afetada com esta emergência. O Acnur e parceiros apoiam o desenvolvimento dessa comunidade local, seja com infraestruturas, acesso à água e à educação. Já iniciaram as aulas e construímos quatro escolas. São estruturas provisórias mas seguras para que as crianças não estejam debaixo de árvores. A população local também usufrui destas condições.”

No lançamento do apelo, em Luanda, o Escritório do Coordenador Residente da ONU em Angola declarou ao corpo diplomático que a generosidade é essencial para garantir várias necessidades que incluem proteção, saúde, higiene, educação e abrigo dos refugiados.

Angola acolhe mais de 35 mil congoleses que procuram abrigo no país. O novo pedido para ações em prol de refugiados faz parte de um apelo regional de US$ 504 milhões para dar resposta à crise congolesa.

Dos cerca de 25 mil cidadãos da RD Congo que recebem assistência alimentar em Angola, 77% são mulheres e crianças.

Apresentação: Eleutério Guevane.