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Surto de meningite no Sudão do Sul já causou 31 mortos

Uma vacina custa menos de US$ 0.50, mas os números de vacinação estão abaixo do necessário.
OMS/R. Barry
Uma vacina custa menos de US$ 0.50, mas os números de vacinação estão abaixo do necessário.

Surto de meningite no Sudão do Sul já causou 31 mortos

Saúde

Desde 15 de fevereiro, doença infectou 171 pessoas no país; Organização Mundial da Saúde, OMS, está no terreno.

Em pouco mais de um mês, entre 15 de fevereiro e 17 de março, um surto de meningite infectou 171 pessoas no condado de Torit, no Sudão do Sul, e causou a morte de 31 pessoas.

O surto concentra-se em duas localidades, lyire e Imurok. A doença tem afetado sobretudo pessoas acima dos 30 anos, mas a taxa de mortalidade foi mais alta para aqueles entre os cinco e os 14 anos.

Alerta

Segundo os censos de 2008, o condado de Torit tem uma população de cerca de 161 mil pessoas. Neste momento, o surto está abaixo dos níveis que determinam uma situação de alerta. Desde que começou, apenas numa das semanas este nível foi ultrapassado.

A Organização Mundial da Saúde, OMS, está no terreno, a auxiliar o ministério de saúde do país, desde 20 de fevereiro. A agência da ONU informa que foi realizada uma campanha de vacinação na região em 2016, mas o condado de Torit teve uma taxa de cobertura de 83%, abaixo do nível considerado ideal, de 95%. Outros condados vizinhos, como Ikotos, Kapoeta Leste e Magwi, tiveram taxas de cobertura ainda mais baixas.

África

Em dezembro, no início da época da meningite em África, a OMS avisou que uma variante da doença, mais contagiosa, e uma falta de vacinas ameaçam o continente. As campanhas de vacinação precisavam chegar a mais 10 milhões de pessoas do que o número previsto.

Na altura, a agência da ONU disse que o risco de “uma epidemia de larga escala é perigosamente alto" em África. A OMS prevê que, entre 2018 e 2019, a meningite pode afetar entre 28 mil e 72 mil pessoas.

A meningite pode causar surtos que afetam entre 20 mil e 200 pessoas. A taxa de mortalidade é, normalmente, na ordem dos 10% e os sobreviventes têm alto risco de consequências neurológicas.

 

Apresentação: Alexandre Soares