Guterres pede a países que “doem o que puderem para apoiar a Unrwa”
Conferência Ministerial em Roma angaria fundos para compensar déficit de cerca US$ 446 milhões da agência; secretário-geral fala de situação grave que ameaça “cortar os programas de forma muito mais implacável” que no passado.
O secretário-geral pediu a representantes da comunidade internacional para darem “um passo adiante doando o que puderem” à Agência das Nações Unidas de Assistência a Refugiados Palestinos, Unrwa.
António Guterres discursou nesta quarta-feira, em Roma, sede da Organização da ONU para Agricultura e Alimentação, FAO, durante a conferência ministerial em apoio à agência. O evento busca fundos para compensar um déficit de cerca US$ 446 milhões.
Comunidade internacional
Guterres anunciou que o Fundo Central de Resposta de Emergências, Cerf, colocou ao dispor da Unrwa um valor excepcional de US$ 30 milhões para ações combinadas. Para o chefe da ONU, se cada um fizer o mesmo será possível resolver o problema no orçamento da Unrwa.
O secretário-geral reiterou que mais importante ainda é enviar uma mensagem forte aos refugiados palestinos que a comunidade internacional está comprometida com os seus direitos, bem-estar e satisfação de suas necessidades diárias.
Como recado para aqueles “que possam questionar os custos”, Guterres reiterou o slogan a Dignidade não tem preço da campanha que angaria fundos para a Unrwa.
Cortes
O secretário-geral disse que se deve reconhecer que a crise financeira que a agência enfrenta hoje é diferente da do passado. Ele explicou que a situação é muito mais grave e ameaça um “corte de programas de forma muito mais implacável”.
A crise começou após o anúncio feito pelos Estados Unidos, em janeiro, dando conta do corte do financiamento. O país era o maior doador da Unrwa até o momento.
Conflito
Guterres afirmou que a falta de fundos pode reduzir ou eliminar por completo vários serviços essenciais apoiados pela Unrwa. Os exemplos “vão de escolas ao saneamento e de remédios às microfinanças para garantir a segurança alimentar cerca de 1,7 milhão de refugiados em pobreza extrema ou afetados pelo conflito”.
O secretário-geral acrescentou ainda que com essa situação, “o sofrimento humano seguiria um rumo desastroso e imprevisível”.
O pedido do chefe da ONU é que os doadores cubram o déficit da Unrwa com um financiamento previsível, sustentado e adicional para permitir que a agência continue a operar as 700 escolas e 140 clínicas.
O apelo Dignidade não tem preço busca mais de US$ 800 milhões para a agência da ONU. O objetivo é prestar assistência a refugiados palestinos na Síria, em Gaza e na Cisjordânia.
Apresentação: Eleutério Guevane.