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Líderes mundiais lançam nova agenda sobre uso de água

Crianças e mulheres são mais afetadas pela falta de água.
Foto: WMO
Crianças e mulheres são mais afetadas pela falta de água.

Líderes mundiais lançam nova agenda sobre uso de água

Clima e Meio Ambiente

Documento diz que 700 milhões de pessoas correm risco de serem deslocadas devido à falta de água até 2030; autores pedem duplicação de investimento em infraestruturas relacionadas com água em cinco anos.

Um painel de alto nível, com 11 líderes mundiais* e um conselheiro especial, lançou esta quarta-feira, em Nova Iorque, uma nova agenda pedindo uma mudança na forma como o mundo usa os seus recursos hídricos.

O documento tem o título “Faça cada gota contar: uma agenda de ação pela água” e inclui uma série de recomendações para resolver a crise da falta de água.

Urgente

O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que “os líderes mundiais reconhecem que o mundo enfrenta uma crise de água e que é preciso reavaliar como se valoriza e gere” este recurso ao receber a agenda na sede da organização.

Segundo ele, “as recomendações do painel podem ajudar a proteger os recursos hídricos e tornar água potável e condições sanitárias uma realidade para todos. ”

Em todo o mundo, 40% das pessoas são afetadas por falta de água, com 700 milhões em risco de serem deslocadas devido a este problema até 2030. Mais de 2 bilhões de pessoas bebem água insegura para consumo e 4,5 bilhões não têm acesso a serviços sanitários.

O presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim, afirmou que “os ecossistemas em que a vida se baseia estão todos em risco devido à forma como a água é usada. ”

Kim explicou que este trabalho foi feito ao mais alto nível, com chefes de Estado e de governo, “porque o mundo não pode dar a água como garantida durante mais tempo.”

Alguns números sobre falta de água:

ONU: 4,5 bilhões não têm saneamento seguro e 2,1 bilhões não têm água potável

Propostas

Os autores da agenda pedem que duplique o investimento em infraestruturas relacionadas com água em cinco anos. Segundo eles, “são necessárias abordagens inovadoras para tornar estes investimentos mais atrativos e resistentes a desastres naturais. ”

Em carta aberta, os membros do painel destacam que a água “é um dos maiores riscos globais para o progresso económico, erradicação da pobreza, paz e segurança, e desenvolvimento sustentável. ”

Em todo o mundo, 80% da água usada é devolvida ao meio ambiente sem ser tratada. Cerca de 90% dos piores desastres naturais humanitários desde os anos 90 estiveram relacionados com água, como cheias e secas.

 

*Lista de países participantes: Ilhas Maurício, México, Austrália, Bangladesh, Hungria, Jordânia, Holanda, Peru, África do Sul, Senegal, Tajiquistão.

 

Apresentação: Alexandre Soares