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Relator da ONU diz que Libéria precisa melhorar liberdade de expressão

Segundo o relator especial, as duas últimas eleições na Libéria foram marcadas por maior liberdade de expressão.
Foto: ONU/Eric Kanalstein
Segundo o relator especial, as duas últimas eleições na Libéria foram marcadas por maior liberdade de expressão.

Relator da ONU diz que Libéria precisa melhorar liberdade de expressão

Direitos humanos

Especialista da ONU destaca caminho feito pelo país desde guerra civil; conclusões da viagem serão compiladas em relatório para o Conselho de Direitos Humanos.

A Libéria precisa consolidar o caminho feito após a guerra civil e melhorar as áreas de liberdade de expressão, independência dos media e transparência do governo, disse um especialista da ONU no final de uma visita ao país.

O relator especial para a promoção e proteção do direito de opinião e expressão*, David Kaye, explicou que “o compromisso do governo com a liberdade de expressão precisa de todo o apoio e encorajamento da sociedade líbia e da comunidade internacional.”

Sucessos

Numa declaração, Kaye garantiu que o país “fez um longo caminho desde a guerra civil, e o espaço para o debate vibrante no pais é notável.” Segundo ele, “as duas últimas eleições foram marcadas por uma media cada vez mais forte e mais espaço para liberdade de expressão.”

O relator diz, no entanto, que “este é um é um momento tenso, tendo em conta os profundos problemas económicos do país e as legítimas exigências do povo liberiano para uma melhoria na economia e instituições de governo.”

Kaye explicou que uma das prioridades deve ser a descriminalização da difamação, de acordo com os estatutos internacionais. Outra prioridade deve ser tornar independente o sistema de rádio e televisão estatal

Desafios

O relator lembrou que o país aprovou, em 2010, uma das leis mais fortes de liberdade de informação e pediu que esta legislação fosse implementada.

Kaye defendeu que “uma media independente não depende apenas das leis.” Ele acredita que “devido às más condições de trabalho e financiamento extremamente baixo, os media, governo e doadores internacionais devem colaborar para melhorar a sustentabilidade do jornalismo no país.”

Kaye disse ainda que “as mulheres enfrentam desafios e oportunidades, mas estão muito subrepresentadas na profissão.”

Durante a sua visita, o relator especial encontrou-se com membros do governo e o presidente da Libéria. Conversou também com representantes da sociedade civil, jornalistas, acadêmicos, estudantes e advogados. O resultado da viagem será compilado num relatório para o Conselho de Direitos Humanos.

Kaye destacou “o diálogo muito bom e aberto das autoridades líbias com os mecanismos de direitos humanos.” O relator destacou ainda “a abertura das autoridades para participar numa discussão franca ao mais alto nível.” 

 

Apresentação: Alexandre Soares

 

*Os relatores de direitos humanos são independentes e não representam a opinião das Nações Unidas. Eles também não recebem salários por sua atuação.