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Sete anos de conflito na Síria causaram uma tragédia colossal, diz alto comissário

Fila de pessoas para receber ajuda humanitária em Ghouta Oriental.
Foto; Unicef/UN0162765/Al-Mohibany
Fila de pessoas para receber ajuda humanitária em Ghouta Oriental.

Sete anos de conflito na Síria causaram uma tragédia colossal, diz alto comissário

Paz e segurança

Chefe da Agência da ONU para Refugiados, Filippo Grandi, diz que o sofrimento sem tréguas do povo sírio marca “a falha vergonhosa” de vontade política.

Na próxima semana, faz sete anos que começou a guerra na Síria. O alto comissário da ONU para refugiados, Fillippo Grandi, disse esta sexta-feira que estes anos de conflito "deixaram uma tragédia humana colossal." 

Segundo Grandi, o sofrimento sem tréguas do povo sírio marca “a falha vergonhosa” de vontade política. Para ele, “é hora de acabar com este conflito arrasador e fazê-lo pelos que estão vivos.”

Solução

O alto comissário afirmou que “não há vencedores claros na busca de uma solução militar, mas os perdedores são fáceis de encontrar: o povo da Síria.”

Desde que a guerra começou, 6,1 milhões de pessoas foram deslocadas dentro do país e 5,1 milhões procuraram refúgio noutras nações. Cerca de 69% dos sírios vivem agora em pobreza extrema e o preço da comida aumentou 8 vezes.

Hospitais

Também esta sexta-feira, a Organização Mundial de Saúde, OMS, informou que os ataques a hospitais e centros de saúde estão a aumentar na Síria.

Desde o início do ano, já aconteceram 67 ataques a instalações hospitalares. Pelo menos 19 pessoas morreram nestas ofensivas.

O porta-voz da OMS, Christian Lindmeier, contou que os ataques em janeiro e fevereiros já representam mais de metade de todos os ataques que aconteceram no ano passado.

Lindmeier lembra que "cada ataque representa uma perda para famílias e comunidades destruídas com efeitos em todo o sistema de saúde."

Uma vida

A agência da ONU para Refugiados, Acnur, assinala o aniversário da guerra contando a história do menino Mohammed, que também tem sete anos. Ele tinha apenas dois meses de vida quando os combates começaram.

Quando Mohammed fez três anos, a sua casa foi bombardeada. Por conta do ataque, a mão dele precisou ser amputada. Dois anos mais tarde, a família decidiu buscar refúgio no Líbano.

Segundo o Acnur, a resiliência de Mohammed é mais forte do a guerra. A agência da ONU calcula que a história deste menino de 7 anos é apenas uma entre as histórias de 1 milhão de crianças sírias afetadas pelo conflito.

 

Apresentação: Alexandre Soares

 

Conheça a história do Mohammed neste vídeo, em inglês:

 

Mohammed: tantos anos quanto os da guerra na Síria