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É preciso tratar as florestas de uma forma holística, afirma vice-chefe da FAO

Banco Mundial/Arne Hoel
A agência da ONU quer promover uma maior integração das florestas com atividades agrícolas sustentáveis.

É preciso tratar as florestas de uma forma holística, afirma vice-chefe da FAO

ODS

Maria Helena Semedo falou à ONU News sobre as recomendações da conferência internacional para conter o desmatamento e aumentar a Parceria de Colaboração sobre Florestas; evento ocorreu de 20 a 22 de fevereiro em Roma.  

A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, quer promover uma maior integração das florestas com atividades agrícolas sustentáveis.

Durante um encontro na sede da agência, encerrado em 22 de fevereiro, especialistas e representantes de governos e da sociedade civil debateram formas de manter a floresta de pé ao mesmo tempo em que se preocupam em atender as demandas de um mundo com populações crescentes.

Parceria

Segundo a FAO, mais de 300 pessoas compareceram ao evento, organizado pela Parceria de Colaboração sobre Florestas e abrigado na agência, em Roma.

Para os participantes, com boa vontade política é possível atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável com florestas ricas, produtivas e diversas.

A vice-diretora-geral da FAO falou à ONU News que é preciso encarar o tema das matas de forma holística, onde todos saem ganhando, Maria Helena Semedo.

“É preciso ter um diálogo em que todos os participantes, todos os agentes também façam parte. O papel das florestas com a ligação com segurança alimentar, com a pecuária e com as necessidades também da população que cresce e se urbaniza. Essa visão de todos os valores e os serviços, e bens e serviços produzidos pelas florestas e que são importantes para a nossa sobrevivência.”

Relembre o Dia Internacional das Florestas 2013 neste vídeo em português, produzido pela FAO:

Dia Internacional das Florestas 2013

Floresta Amazônica

Maria Helena Semedo também falou sobre a contribuição dos países de língua portuguesa para a promoção do combate ao desmatamento.

“Temos Angola, Moçambique, Guiné-Bissau que ainda mantém, praticamente as florestas primárias, mas que pelo nível de pobreza que ainda têm, leva a cortar as florestas para cozinhar nossos alimentos. Nós ainda cozinhamos muito à lenha.  E depois tem o Brasil com a Floresta Amazônica e que tem sofrido um nível de desmatamento considerável. Sabemos que o nível de desmatamento tem reduzido, tem tido um esforço muito grande através de políticas apropriadas do governo brasileiro, mas ainda continua-se o desmatamento, não obstante à redução da taxa ou do crescimento do desmatamento.”

Segundo a FAO, os níveis globais de desmatamento caíram pela metade nas últimas duas décadas. De uma média de 7,3 milhões de hectares em 2000 para 3,3 milhões em 2015.

Jovens

Mas as taxas de degradação e desmatamento continuam em níveis alarmantes. Cerca de 80% da perda florestal são causados pela conversão da floresta em terras para atividades agrícolas.

No documento final, produzido pela conferência, especialistas ressaltaram a questão da responsabilidade corporativa do agronegócio como uma peça central para combater o desmatamento. E recomendaram ainda o engajamento da juventude como agentes de mudança reforçando educação e treinamento para conter a destruição das matas.

O tema deve voltar a ser debatido no Fórum da ONU sobre Florestas, marcado para maio.

Relembre o Dia Internacional das Florestas 2013 neste vídeo em português, produzido pela FAO: